A volta de Cristo é o grande evento esperado pelo povo de Deus. No
seu último contato com os discípulos, as palavras dos anjos foram: “e
lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse
Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir”. (At. 1:11).
Desde então, os seguidores de Cristo o esperam.
Há,
entretanto, muitos eventos esperados e/ou relacionados à volta do Seu Senhor. A
Bíblia fala de uma grande tribulação sobre o mundo todo, um reino milenar,
ressurreições e julgamentos. É exatamente aqui que se dá início as divergências
entre os cristãos. Os desacordos são quanto ao tempo dos eventos (presente,
passado e futuro), o encadeamento cronológico e a sua relação com a vinda do
Senhor Jesus.
Esse ensaio focalizará a relação da Tribulação
com a volta de Cristo. Como o arrebatamento é uma discussão entre pré-milenistas
(históricos ou dispensacionalistas), o trabalho não visa desenvolver questões
como milênio futuro e/ou terreno e o caráter futuro da tribulação; antes, todos
são temas pressupostos (contra amilenistas, pós-milenistas e preteristas).
Reconhecemos que em assuntos escatológicos, mas do que em qualquer
outro, a regra hermenêutica de que textos claros devem ter a prioridade em
relação aos obscuros, faz-se indispensável. São muitos os textos e detalhes
quando o assunto é escatologia. Nosso grande desafio, pois, é reconhecer textos
claros e temas determinantes. Essa postura nos ajudará na delimitação e
organização de nosso trabalho.
Deste modo, a primeira parte do trabalho terá uma natureza mais
negativa, pois nos dedicaremos à identificação de falácias hermenêuticas. Seguiremos
com uma análise de temas relevantes e, por último, focalizaremos as acusações dos
pré-tribulacionistas de que os textos sobre a segunda vinda e o arrebatamento
possuem inconsistência e omissões que exigem uma distinção.
2
FALÁCIAS.
Essa é a parte mais negativa do ensaio. Queremos reconhecer três
falácias que vigiaremos a evitar em nossa própria prática interpretativa e que,
nessa parte, apontaremos em outras obras. Primeira: o uso exaustivo de referências obscuras e imprecisas como fundamentação. Nessa
falácia a ideia é que a soma de bases fracas (texto obscuros) estabelece (quase
que por fadiga) uma fundamentação forte.
Penso que a argumentação pretribulacional é construída exatamente nesses
moldes. Walvoord[1],
por exemplo, afirma que João 14.3; 1Coríntios 15.51, 52 e 1 Tessalonicenses
4.13-18 são as passagens principais
sobre o arrebatamento. Porém, entendemos que João 14 não
oferece nenhuma indicação clara de um rapto,
muito menos do tempo. O texto não nos
informa que vamos para o céu, mas que estaremos para sempre com o Senhor. Lidaremos
com o texto abaixo.
Um outro texto obscuro é Apocalipse 3.10. Trata-se de um dos textos
mais importantes para os pré-tribulacionistas; é tanto que pós-tribulacionistas
como Gundry[2]
quanto pré-tribulacionistas de peso como Paul D. Feinberg investem muito espaço
em suas teses bem como nas respostas aos pontos de vista contrários[3]. Para os
pré-tribulacionistas o “guardar” deve envolver necessariamente uma retirada física.
O desacordo, pois, está na natureza
da proteção prometida.
Feinberg assegura que a natureza da proteção é indicada pela
preposição evk. Caso
João tivesse a intenção de expressar uma proteção na tribulação, ele teria usado dia, ou evn. Ele
ainda usa alguns textos para defender uma nuança espacial que chamaremos de
“fora de”. Todos eles são refutados com propriedade por Moo. É importante observar que a análise de Moo não é da preposição “nua”, mas da sua relação com o verbo thre,w bem como com outros verbos de semântica semelhante. Analisar uma preposição sem levar em conta sua relação com o verbo a ela conectado pressupõe que ela (preposição) tem valor ontológico intacto - o que não é verdade. O significado da preposição varia de acordo com o verbo a ela ligado.
Comecemos por Atos 15.29: “guardar destas coisas” (diathre,w + evk). Ora, “Os gentios nunca
estarão numa ‘posição fora de’ com respeito a coisas como imoralidade sexual –
tais vícios constituem uma ameaça e tentação perpétua contra aqueles que são
exortados a ‘guardar dessas coisas’”[4].
Em Hebreus 5.7 e Tiago 5.20 temos “livramento da morte” (sw,zw + evk). Seguindo Moo: “[…] ainda
que o impedimento da morte seja intencionado, a ‘posição fora’, no sentido de
separação física ou espacial é uma descrição inapropriada do sentido”[5]. Em suma, ser salvo da
morte não é o mesmo que ser colocado numa “posição fora de” dela.
Em João 12.27 temos sw,zw + evk w[ra. Aqui a
semelhança não somente fica por conta da relação verbo e preposição, mas o
objeto da preposição é exatamente o mesmo – w[ra. Feinberg[6] entende que temos aqui
novamente a ideia de “posição fora”. E escrevendo especificamente sobre
Apocalipse 3.10, afirma que “a promessa é a preservação fora de um período de tempo”[7].Contudo, a ênfase cai sobre a experiência
no tempo, não o período como tal. No pedido “Pai, salve-Me dessa hora”, Jesus não
poderia está orando pela libertação de um período de tempo”[8]. Antes, dos eventos dentro do período de tempo. Além disso,
Feinberg deveria mudar o sentido de thre,w, de “proteção” para “retirados”.
Por último, temos João 17.15. Acertadamente Feinberg declara sua
significância ao reconhecer que em ambos os textos (Jo. 17.15 e Ap. 3.10) temos
palavras da boca de Jesus e vindas da pena de João[9]. Para ele a situação em
17.15b (thre,w + evk) é diferente da encontrada
em 17.5.a (ai;rew + evk). Na última os discípulos
estão no mundo enquanto que na primeira
eles não estão no maligno. Daí o fato
de que não há a necessidade de moção,
mas ainda mantém a necessidade de mantê-los fora
do objeto da preposição (Maligno). Tal separação
é corroborada pela visão joanina de separação entre o cristão e o reino de
Satanás e por passagens com Colossenses 1.13.
Moo responde com uma pergunta: “Em que sentido é significativo falar
em estar numa posição fora com respeito a um ser pessoal?”[10]. Ele ainda ressalta que
“Feinberg está aplicando uma frase espacial
a um contexto que não pode ser entendido espacialmente”[11]. Claramente não estamos espacialmente fora da pessoa de Satanás, mas protegido na esfera de sua atuação.
A longa citação de Moo esclarece bem a questão envolvendo a
preposição:
[…] ao
checar as mais de novecentas ocorrências de evk no Novo
Testamento, não encontraria nenhuma que provavelmente tem esse significado
[posição fora]. De acordo com essa conclusão está o fato de que nenhum dos
maiores léxicos do Novo Testamento apresenta “posição fora” como definição de evk. O que
alguns dos exemplos citados por Townsend e Feinberg mostram é que evk pode
significar separação de algo com quem nunca teve um envolvimento anterior. […]
em cada uma dessas[12]
o objeto de evk denota a coisa ou pessoa da qual alguém é protegido, não a esfera fora da qual se é protegido[13].
O v.11 revela que essa “tentação” focalizará “os que habitam sobre
a terra”. O texto revela uma distinção entre o grupo dos guardados e o dos não
guardados. Os que habitam sobre a terra não serão guardados. Não é necessária
uma análise muito profunda para se perceber que a ira de Deus é seletiva no livro de Apocalipse. Ela é
direcionada somente para “os que
habitam sobre a terra”. Além disso, é interessante observar que a expressão “os
que habitam sobre a terra” está ligada à sedução.
Durante todo livro de Apocalipse os santos, diferente dos
que habitam sobre a terra, são guardados da sedução (tentação) e do engano (plana,w) de
adorar a besta (13.8, 12, 14), não são atormentados pelas duas testemunhas
(11.10), e não admiram a besta (17.8). Deus, pois, guarda os seus da sedução e
não da exposição à sedução. A promessa de Apocalipse 3.10, pois, não é de fuga de sofrimento. Não
se é guardado da tentação estando fora dela. Portanto, Apocalipse 3.10
está longe de ser um texto determinante. Tanto pós com pré-tribulacionistas o
usam. Penso que os primeiros com mais propriedade como apresentado acima.
Em segundo lugar, reconhecemos que em muitos textos que lidam com a
volta de Cristo podemos extrair verdades, porém não detalhes. São poucas as passagens que lidam diretamente com a
questão: relacionamento entre tribulação e a vinda de Cristo. O ministério do
Detentor em 2 Tessalonicenses é um exemplo. Ele é usado por Pentecost como base para uma vinda pretribulacional. Em
suas palavras:
“[…] a
indicação aqui é que, enquanto o Espírito Santo estiver habitando na igreja,
que é Seu templo, esse trabalho de detenção continuará e o homem do pecado não
poderá ser revelado. Apenas quando a igreja, o templo, for retirada, o
ministério de detenção cessará e a iniquidade produzirá o iníquo”[14].
No entanto, se existe algo indiscutível sobre o “detentor” de 2
Tessalonicenses 2 é que sua identidade é extremamente obscura. Sabemos que algo
impede o exercício da iniquidade. Porém, sua identidade não pode ser fundamento
para nenhuma conclusão sobre as últimas coisas. A linguagem usada por Paulo é
clara somente para aos leitores primários, para nós, contudo, é enigmática e
concisa o suficiente para somente especularmos.
O mesmo pode ser dito de Apocalipse. Quando assunto é a revelação
dada a João na ilha de Patmos e toda sua riqueza simbólica, o grande desafio do
interprete é reconhecer seus limites e não cair numa arbitrariedade na busca
pelos referenciais simbólicos. Aliás, penso ser fracassada a ideia de que a
literatura apocalíptica é um meio de “informar-se” sobre o caráter concreto e fatual dos acontecimentos futuros (e.g., A exata identidade do
anticristo)[15].
É verdade que muito do simbolismo de apocalipse é interpretado na própria obra
(e.g., Dragão) e que o próprio João nos fornece indicações de como interpretar
sua obra. Contudo, não podemos extrair nossas conclusões basilares a partir da identidade obscura dos 24 anciãos, dos 144
mil, das 2 testemunhas e da mulher perseguida no capítulo 12. Pode parecer uma
postura extremamente negativa, contudo, trata-se de um reconhecimento de que há
passagens difíceis de entender e que, por razões óbvias, não podem ter o status de fundamento epistêmico de
nenhum sistema escatológico. O que é indiscutível em Apocalipse é que todos os
registros da volta de Cristo apresentam uma volta postribulacional.
Por último, evitaremos implicações não necessárias e, muito menos, as
implicações das implicações. A interpretação de Pentecost de que o “detentor” é
o Espírito Santo (geralmente advogada por pré-tribulacionistas) não exige que o ato de restringir a iniquidade
se dá através da Igreja. Tal
julgamento seria a implicação da implicação. A primeira implicação é de que
trata-se do Espírito Santo e decorrente dessa a implicação que a retirada do
detentor é o mesmo que a retirada da igreja. Nada mais impreciso!
Um outro exemplo são as passagens de alerta à vigilância. Como
veremos logo abaixo, não podemos implicar
das passagens de vigilância que Cristo pode vir a qualquer momento. Trata-se de uma implicação não necessária.
Ainda pensando em implicações, temos os argumentos do silêncio. É
arbitrário afirmar que a igreja não é encontrada na terra em apocalipse. Se o nome “igreja” não aparece no registro
da tribulação, argumentam, isso implica que ela não estará na tribulação. Ora,
o mesmo pode ser dito sobre o céu. Não encontramos a declaração de que a igreja
está no céu. A afirmação categórica de que os 24 anciãos representam a igreja
está longe de ser irrefutável e decisiva.
3
TEMAS RELEVANTES.
3.1
Sinais versus Iminência.
A relação entre esses dois temas é uma das questões determinantes
para pré e pós-tribulacionistas. A tensão é bem referida por Radmacher:
A
linguagem bíblica ensina que o Senhor pode retornar para sua igreja a qualquer momento, ou ensina que o
retorno do Senhor para sua igreja será precedido pelo cumprimento de certos eventos
previstos tais como a revelação do homem da iniquidade, a grande tribulação e
assim por diante?[16]
Para Radmacher, por exemplo, a falha em não reconhecer a distinção de uma vinda iminente e outra
precedida por sinais é acusar o Espírito Santo de contradição[17]. A perspectiva pretribulacional
entende fornecer a única explicação que
soluciona a tensão entre esses dois fatos.
John McArthur Jr. assegura que:
“esse é
o único cenário [a Grande Tribulação entre duas
vindas] que concilia a iminência da
vinda de Cristo para os seus santos
com os sinais ainda não cumpridos que sinaliza seu retorno glorioso final com os santos”[18].
Tal conclusão leva pré-tribulacionistas a declararem firmemente:
“[…] nenhum sinal é dado à igreja”[19].
Do outro lado estão os pós-tribulacionistas que entendem a tensão como
aparente e que ela está diretamente ligada ao entendimento das passagens que
lidam com a iminência da volta de
Cristo bem como o propósito e natureza dos sinais e da vigilância
exigida dos santos. Caso os textos ensinem que a volta de Cristo se dará a qualquer momento [definição
pretribulacional de iminência], teremos sim, uma tensão que poderá nos levar a contradição referida por Radmacher e
muito usada por ateus para questionarem a integridade e veracidade das
Escrituras.
A tensão, contudo, não é fruto de um confronto entre textos de
contextos distintos que trazem sinais e outros que enfatizam a ignorância da
vinda do Senhor. O sermão escatológico de Cristo apresenta tanto a iminência quanto sinais. Todos estão unidos
em um mesmo contexto. Contexto este em que o próprio Senhor Jesus diz “ninguém
conhece o dia nem a hora”. “Todos os
interpretes, quer creiam que o discurso é dirigido a igreja ou a Israel,
enfrentam a dificuldade de explicar como um evento apresentado por sinais específicos pode ainda ser um dos
quais se diz: ‘ninguém sabe o dia e a hora’”[20].
A presença dos dois elementos em um só contexto faz do sermão
profético senão um paradigma interpretativo, uma fonte inestimável sobre a
relação entre iminência (ou
ignorância) e sinais. O próprio
texto, portanto, nos fornecerá a resolução da tensão.
A questão aqui é: os sinais não tornariam a vinda de Cristo previsível contrastando assim as
palavras do próprio Senhor que assegurou ignorância de Sua vinda? Sinais não
são antagônicos e incompatíveis com ignorância?
Um ponto importante aqui é o
tempo da tribulação, a chamada septuagésima semana de Daniel. A questão de
importância maior aqui o terminus ad quem
da septuagésima semana revelada em Daniel 9.24. Para alguns isso aconteceu no
primeiro século. Contra essa perspectiva, geralmente faz-se uso das expressões
de tempo em Apocalipse como no capítulo 12.6 – 1260 dias. O problema é que já
fazem quase dois mil anos que a mulher deu a luz a Jesus e que o mesmo subiu ao
céu, e, por conseguinte, que se deu início a perseguição a mulher (seja ela
quem for). Segundo Carson:
[…] para
judeus e cristãos igualmente, três anos e meio de tornaram símbolos de um período
de sofrimento intenso (de qualquer duração), antes que Deus se manifeste em
poder salvador. […] 1.260 dias haviam-se tornado símbolo de qualquer período de
sofrimento severo. João usa a expressão para se referir a todo período de
sofrimento entre o primeiro e o segundo advento de Jesus[21].
Para aqueles que entendem que a Tribulação é a septuagésima semana
ainda não cumprida e que, portanto, devem ter exatos sete anos; o próprio Senhor Jesus revela a resposta
assegurando que os dias da tribulação serão “abreviados” (kolobo,w – Mt. 24.22; Mc. 13.20).
Dessa forma, o período da tribulação ainda assim não pode ser calculado. Gundry sintetiza
bem a relação entre os sinais, a incerteza da vinda e a abreviação da
Tribulação:
A
abreviação da tribulação habilita-nos a resolver a previsibilidade geral e a imprevisibilidade específica sem aniquilar as exortações à
vigilância do seu contexto pós-tribulacional e sem minimizar a função dos
eventos sinalizadores recorrendo à visão histórica com seus caprichos. Devemos vigiar
tanto porque não podemos saber exatamente
quanto por que devemos estar alerta aos sinais que nos habilita conhecer
aproximadamente.[22]
O que fica claro no sermão é que sinais não diminuem nossa
ignorância quanto à volta de Cristo. Isso revela que os sinais não objetivam o conhecimento específico e exato da volta de Cristo. “Sinais não enfraquecem a expectativa,
eles estimulam”[23].
Outro elemento que divide pré e pós-tribulacionistas é o papel das
passagens que nos exortam à vigilância.
Estudiosos pré-tribulacionistas entendem que as exortações à vigilância
implicam um retorno iminente. O raciocínio é o seguinte: não são os sinais que
devemos olhar, antes, olhar para o Senhor. As passagens mais citadas pelos pré-tribulacionistas
são: Lucas 12.39-40; 17.26-27[24]; Filipenses 4.5; Tiago
5.8-9.
Consideremos as palavras gregas usadas para espera/expectativa e proximidade de Cristo. Todas elas não exigem
iminência (qualquer momento):
1. prosde,comai, “esperar” (Lc. 12.36; Tt.
2.13). A mesma palavra é usada para descrever a as ressurreições dos justos e
injustos em Atos 24.15 com um intervalo de um milênio entre elas (Ap. 20).
2. avpekde,comai, “aguardar”, “esperar
ansiosamente” (1Co. 1.7). “A palavra não pode implicar iminência em Romanos
8.19, por que lá Paulo escreve que a criação física espera ardentemente a
revelação dos filhos de Deus”[25]. Pedro usa o mesmo
vocábulo para se referir à longanimidade de Deus no contexto do dilúvio (1Pe.
3.20). Claramente o dilúvio não foi iminente. A arca deveria ser construída
antes.
3. evkde,comai, “aguardar”, “esperar”. Em Tiago
5.7 a analogia do agricultor usada pelo irmão do Senhor que espera com
paciência (makroqume,w)
descarta a ideia de uma vinda a qualquer
momento. Nas palavras de Gundry, “Dificilmente podemos encontrar um uso tão
anti-iminente”[26].
4. prosdoka,w, “esperar”(Mt. 24.50; Lc.
12.46). É a mesma palavra usada por Pedro em sua segunda carta para espera dos novos
céus e nova terra (3.12).
5. nh,fw, “ser sóbrio”, “livre de
excesso”, “domínio próprio”(1Ts. 5.6, 8; 1Pe. 1.13; 4.7). Não é o mesmo que
vigiar, mas ter um caráter e uma mente sóbria.
6. evggu,j, “próximo”, seus cognatos e
a expressão “está à porta”. Em Filipenses 4.5 a expressão “o Senhor está
próximo” pode se referir à proximidade de Deus enquanto Seu cuidado
providencial. Caso tenhamos uma referência à segunda vinda, a ausência dos
sinais se dá simplesmente por que não é o propósito de Paulo apresentar
detalhes escatológicos. Em Mateus 24.33 e Marcos 13.29 a proximidade se dá depois dos sinais referidos pelo Senhor.
evggu,j é usada
para descrever a proximidade das festas judaicas (Jo. 2.13; 6.4; 7.2; 11.55) e
sua forma verbal se relaciona ao fim de todas as coisas (1Pe. 4.7). A
proximidade da vinda de Cristo, pois, não implica em iminência.
7. Duas palavras são usadas para admoestações à vigilância: gregore,w e avgrupne,w (Mc. 13.33; Lc. 21.36).
A última significa “sem sono”, “acordado”, “vigilante” e é usada
para vigilância espiritual de forma geral (Ef. 6.18). O mandamento em Lucas 21 é
acordar em contraste com o dormir. Em Marcos o mandamento está em paralelo com
a oração e em Lucas a oração é uma forma/maneira (particípio) de vigiar. Os que
dormem espiritualmente (não vigiam), portanto, não escaparão do julgamento
associada à vinda do Senhor.
grhgore,w significa “estar acordado”. Como
com avgrupne,w, ela é
usada para o estado de alerta da vida espiritual (At. 20.31). Em 1 Coríntios
16.31 o vigiar está em paralelo com “permanecer firme na fé”. Em Colossenses
4.2 ela se dá na oração e em ação de graça. Em 1 Pedro 5.8,9 está em paralelo
com permanecer firme. É usada por Cristo no Getsêmani ligada à oração e ao
permanecer literalmente acordado (Mt.
26.38, 40, 41). Em Apocalipse 3.2, 3 não temos uma referência à volta do
Senhor, mas Sua visitação com julgamento. E novamente o alerta é contra a
letargia espiritual.
Relacionada à volta do Senhor temos nove ocorrências. Dessas, uma é
uma exortação paulina (1Ts. 5.3-5), e o restante se encontra nos ensinos do
Senhor. Quanto a 1 Tessalonicenses 5, a questão não é o arrebatamento, mas o
Dia do Senhor. O contexto deixa claro que a vinda não é percebida não por ausência de observação dos sinais, mas por
cegueira espiritual. Está vigilante é está espiritualmente acordado em
contraste com o mundo em trevas e sono. Além disso, segundo 2 Tessalonicenses
2, alguns sinais precedem o Dia do
Senhor. Isso faz com que vigilância não implique necessariamente numa vinda iminente. Se há iminência aqui é para os
que vivem nas trevas – os que não esperam.
Sobre Apocalipse 16.15 Ladd nos ensina que “o que quer que isso
signifique, não pode envolver um retorno de Cristo inesperado, secreto e a
qualquer momento”[27] visto que o contexto é o
derramar da ira de Deus no final da
Tribulação.
Nos ensinos do Senhor a palavra é usada duas vezes em Lucas 12. 37,
39 (paralelo Mt. 24.43ss) e cinco vezes no sermão das oliveiras. Aqui a palavra
é associada com a incerteza do tempo
da vinda do Senhor. Ladd alerta para o fato de que vistos fora do contexto,
essas passagens podem dar a impressão de uma vinda sem sinais que indicam sua
proximidade. Porém, qualquer pré-tribulacionista reconhece que a volta do
Senhor no sermão escatológico é pós-tribulacional (Mt. 24. 27-28). Os versos
29-31 ampliam a descrição do v.27 e o restante são passagens que trazem
aplicações espirituais. Agora, se Cristo nos chama a vigiar uma vinda secreta,
devemos concluir que Ele nos exortou a vigiar um evento do qual Ele nem sequer
faz referência. Mesmo que os pré-tribulacionistas aleguem que essas palavras
são direcionadas aos judeus, o problema continua. Ladd explica:
Se os pré-tribulacionistas
podem aplicar os mandamentos de vigiar a alguém no meio da Tribulação cujo fim
pode ser aproximadamente conhecido, então eles não podem objetar a aplicação
dessas mesmas aplicações a Igreja na base
de que é impossível o crente vigiar um evento cujo tempo pode ser
aproximadamente conhecido[28].
“É por causa da incerteza
do tempo, não sua iminência, que nós
devemos vigiar”[29].
O ponto não é que Cristo pode vir a
qualquer momento, mas que eu não sei exatamente
quando mesmo conhecendo os sinais que o antecede.
Lucas 12.22ss nos alerta para o fato de que vigiar envolve conduta,
comportamento e serviço. É ser fiel no serviço. Vigiar envolve ser encontrado
“fazendo” (v.43). Vigiar é uma marca do cristão. Não se trata de uma categoria
de cristão (Lc. 12.46). A demora do Senhor revela o caráter do servo. Findamos
com as palavras de Ladd: “Em lugar nenhum nos dito que devemos vigiar a vinda
de Cristo. Antes, somos exortados, em vista da incerteza do tempo do fim, a
vigiar. “Vigiar” não significa “olhar para” um evento, significa alerta
espiritual e moral”[30].
Ladd nos alerta
para o fato de que as palavras que referem-se ao ato físico de fixar atenção em
algum objeto são thre,w e parathre,w (cf. Mt. 27.36, 54; Mc. 3.2;
6.7; At. 9.24). Tais palavras, contudo, nunca são usadas para a segunda vinda
de Cristo.
Além de tudo que já dito acima, as parábolas que decorrem do ensino
de sua volta nos advertem para uma demora
(e.g., virgens prudentes e imprudentes [Mt. 25.5]; talentos [Mt. 25.19] e dos
servos [Mt. 24.45-51]). Soma-se a isso o fato de que alguns eventos deveriam preditos
pelo Senhor deveriam acontecer: (1) João revela que Pedro deveria envelhecer
(Jo. 21.18); (2) Os discípulos deveriam ser testemunhas tanto em Jerusalém como
em toda Judéia e Samaria e os confins da terra (At. 1.8). (3) A pregação do
Evangelho em todo mundo (Mt. 24.14)[31]. (4) A destruição de
Jerusalém (Lc. 21.20-24).
Em resposta a isso alguns[32] têm assegurado que agora que todas essas predições foram
cumpridas e que todo impedimento para a iminência ficou no primeiro século,
podemos dizer, pois, hoje, que a
volta de Cristo é iminente. Tal consideração não é suficiente, “pois o objetivo
é determinar o que as declarações acerca da proximidade da parusia teriam
significado para os que primeiro a
ouviram”[33].
É interessante que em 2 Tessalonicenses Paulo corrige e previne a
igreja mais escatológica do Novo Testamento com respeito à volta do Senhor
combatendo uma volta misteriosa assim
como Cristo fez em seu sermão. No caso do Senhor, ele é categórico: “assim
como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a
vinda do Filho do Homem”. (Mt. 24:27). No
caso de Paulo, ele adverte que a vinda do Senhor é precedida por dois sinais
(apostasia e o homem da iniquidade). Com isso em mente eles não seriam
enganados (evxapata,w – v.3).
É interessante observar o que a crença em uma vinda secreta sem
qualquer sinal antecipatório pode fazer com o povo de Deus – insegurança e
descontrole. Colocando de uma outra forma, o que apazigua os corações dos
Tessalonicenses é exatamente a apresentações da ausência histórica de sinais observáveis. A perspectiva pretribulacional
deve tomar os sinais e as orientações sobre a identidade do Iniquo simplesmente
como “dados acadêmicos” já que os leitores não poderiam, de forma alguma,
testemunhar a apostasia e o homem da iniquidade por serem eventos marcantes da
Grande Tribulação.
3.2
O Dia do Senhor.
Outro tema que divide pré de mid e pós-tribulacionistas é o Dia do
Senhor. Os primeiros igualam Dia do
Senhor com condenação e, mais
especificamente, com a Grande Tribulação, que por sua vez é o mesmo que a Ira
de Deus. Leon Wood é claro: “O ‘dia do Senhor’ [2 Tessalonicenses 5.2] aqui
significa a Tribulação”[34].
Os mid e pós-tribulacionistas, por outro lado, entendem que a Ira
do Senhor é distinta de Tribulação,
mas ainda a ela relacionada. Na Tribulação temos a ira de Satanás, do Homem da iniquidade
e do Anticristo contra o povo de Deus enquanto que a ira de Deus é o aspecto condenatório do Dia do Senhor que se
dará somente no final da Tribulação.
São várias as expressões para designar esse “dia”: “o dia”, “o
grande dia”, “aquele dia”, “último dia”, “o dia do julgamento”, “o dia da
visitação”, “o dia da ira”, “o dia quando Deus julga”, “o dia mau”, “o dia da
redenção”, “o dia de Deus”, “o dia do Todo-Poderoso”, “o dia do Senhor”, “o dia
de Cristo”, “o dia de nosso Senhor Jesus”, “O dia de Jesus Cristo”, “o dia de
nosso Senhor Jesus Cristo”, “o dia do Filho do homem”. Evidentemente que a simples
presença do nome “dia” não indica sua “escatolicidade”.
A expressão principia-se no Antigo Testamento. Contudo, muitos dos textos
dos profetas que falam do Dia do Senhor não deixam claro se se trata de uma
referência à tribulação ou ao próprio fim. O que é claro e incontestável é que se trata de “uma intervenção decisiva de Deus para julgamento e salvação”[35]. Há acordo também ao fato
de que o julgamento final está incluído na expressão. A questão é: “A
Tribulação também está envolvida ou é um evento distinto?” “A ira de Deus é o mesmo que Tribulação? Em caso
positivo para a segunda questão, a visão pretribulacional torna-se inevitável
visto que nenhum pós-tribulacionista negará que a igreja será poupada da ira de
Deus.
No NT temos além da expressão
ipsis verbis, uma variação da expressão com o nome do Senhor Jesus (cf.
1Co. 1.8; 5.5 [variante textual]; 2Co. 1.14; Fp. 1.6, 10; 2.16). Gundry nos
ajuda:
As
variações sugerem que não temos uma única frase técnica em oposição ao dia do
Senhor, mas uma expansão do termo básico “dia do Senhor”. Os nomes mais
familiares, “Jesus” e “Cristo”, são acrescentados ou substituídos, para
acentuar o relacionamento dos cristãos ao Dia do Senhor[36].
Todos os pré, pós e mid-tribulacionistas postulam um intervalo
entre o arrebatamento e a Segunda Vinda. E todos entendem que o Arrebatamento é
o método de Deus de escapar da Sua ira.
O diferencial é o começo da Ira
divina. Mid e pós acusam os pré-tribulacionistas de confundirem a ira de Deus
com a tribulação. A grande questão, portanto, é o terminus a quo da ira e sua relação com a tribulação.
Walvoord entende que a expressão Dia do Senhor “refere-se a
qualquer período especial em que Deus intervém sobrenaturalmente, a fim de
trazer juízo contra o mundo”[37]. Isso inclui o
Arrebatamento pretribulacional (terminus
a quo) até a eternidade[38]. Todo esse longo período
é considerado como o Dia do Senhor. Para Gundry: “O Dia do Senhor não cobre
toda a setuagésima semana, provavelmente nem mesmo sua última parte, mas
concentrasse no fim”[39].
Três textos são diretamente relacionados à relação entre a Tribulação
e o Dia do Senhor. São eles: 1 Tessalonicenses 5.2; 2 Tessalonicenses 2.2 e
Atos 2.20. Em 2 Tessalonicenses Paulo distingue
o Dia do Senhor de eventos relacionados à Grande Tribulação. Ele assegura ser
necessário que “primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição”
(2Ts. 2:3). Observe que não se está afirmando que os principais eventos do
dia do Senhor ainda não haviam acontecido como entende Walvoord[40],
mas que eram necessárias algumas
coisas acontecerem antes (cf. prw/ton no
v.3) do Dia do Senhor.
É de grande importância que os eventos citados por Paulo são
marcantes na última metade da
tribulação. Deste modo, os mid-tribulacionistas erram, pois segundo sua visão a
Igreja é poupada no meio da tribulação.
Se os eventos alistados por Paulo aos Tessalonicenses,
bem como tudo revelado pelo apóstolo João no livro de Apocalipse não poderiam
ser observados, seriam informações
somente de “interesse acadêmico”[41], o
que não é o caso.
Atos
2.20 afasta o Dia do Senhor para o término
da Tribulação ao afirmar que antes (pri,n) do Dia do Senhor o “sol se
converterá em trevas, e a lua, em sangue”. Sabemos que a vinda de Cristo é antecipada exatamente por esses sinais
que por sua vez seguem a Tribulação. Mateus
24.29 diz: “Logo em seguida (meta,) à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a
lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes
dos céus serão abalados”.
A sequência
cronológica fica da seguinte forma: tribulação, sinais celestiais e o Dia do
Senhor. Assim, concluímos que Tribulação não é o mesmo que o Dia do Senhor. O terminus a quo do Dia do Senhor não pode
coincidir com o início da Tribulação como
alguns pré-tribulacionistas defendem.
Em
Atos, o Dia do Senhor segue os mesmos
sinais que antecedem imediatamente a
vinda do Senhor em Mateus 24.30. Em 2 Tessalonicenses o Dia do Senhor é uma
referência ao nosso encontro com Ele e a Sua vinda (v.1). Assim, o terminus a quo do Dia do Senhor é a própria
vinda de Cristo pós-tribulacional para lamento dos ímpios e salvação e
ajuntamento dos santos. Ficamos ainda com a relação entre a Tribulação e a Ira
de Deus.
Quando pensamos em NT, das quarenta de cinco ocorrências da palavra
qli/yij,
somente cinco podem se referir à tribulação final: Marcos 13.19, 24; Mateus
24.21, 29 e Apocalipse 7.14. Sendo que Romanos 2.9, 2 Tessalonicenses 1.6 são
possibilidades. Nessas últimas, quem sofre a tribulação são os ímpios e o autor
é Deus, mas nas primeiras são os santos que sofrem por meio de Satanás, o
Anticristo e os ímpios.
Comentando 1 Tessalonicenses 1.10, Fee declara:
É interessante
que a palavra ‘ira’ é usada exclusivamente no Novo Testamento para se referir
ao julgamento final de Deus sobre os
ímpios, e, portanto, nunca é usado para se referir a crentes, cuja porção
presente é tribulação/sofrimento. Assim o foco aqui não está glória final dos
crentes tessalonicenses, mas na destruição
final dos seus oponentes […][42].
Mas não é assim na Tribulação descrita no livro de Apocalipse. João
revela que a partir do romper dos selos e o tocar das trombetas Deus não visa a
condenação, mas o arrependimento daqueles que são alvos de
seus castigos. Não se pode, pois,
entender que a Tribulação é um período de condenação e/ ou ira somente. Há clara manifestação da
misericórdia de Deus. Além disso, “nem todos os eventos são iniciativas diretas
de Deus”[43].
O que nos chama atenção no livro de Apocalipse é que os julgamentos e a ira de Deus são seletivos.
Todos concordam que os santos da Tribulação (seja Israel ou a Igreja) serão protegidos da ira do Senhor. Ou seja,
estarão na tribulação, mas não
sofrerão a Ira de Deus. Segundo Gundry:
“[…] uma
análise […] mostra que qumo,j atinge somente os ímpios (14.8 – A Babilônia;
14.10 – adoradores da besta; 14.19 – os exércitos no Armagedon; 15.1, 7; 16.1,
19 – os que habitam sobre a terra; 18.3 – os que se prostituíram com a
Babilônia; 19.15 – os exércitos no Armagedon) […] A ovrgh, divina
cai somente sobre os ímpios (Ap. 6.16, 17; 14.10; 16.19; 19.15)[44].
Em Apocalipse 18.4 temos: “Ouvi outra voz do céu,
dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados
e para não participardes dos seus
flagelos”.
Não há dúvidas de que ira vindoura é derramada na tribulação. Mas
daí igualar uma com outra é um passo
rápido e precipitado. A seletividade na aplicação da ira do Senhor no período
da tribulação nos impede de igualar ira
e tribulação.
Concluímos, pois, afirmando que a tribulação antecede ao Dia do
Senhor. Como vimos, o Dia do Senhor é um dia tanto de salvação quanto de
condenação. Tanto a vinda do Senhor quanto o derramar da Sua ira se dá no final
da tribulação. Assim, a vinda do Senhor é o aspecto salvador do Dia do Senhor
assim como a ira seu aspecto condenatório.
3.3
Israel e a Igreja.
Apocalipse 13.7 diz: “Foi-lhe dado, também, que
pelejasse contra os santos e os
vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação”. Em 17:6 temos: “Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi,
admirei-me com grande espanto”. Em Mateus
24.22: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém
seria salvo; mas, por causa dos escolhidos,
tais dias serão abreviados”.
Todos os textos citados acima não deixam dúvidas sobre a
participação de eleitos e santos no período conhecido como a Grande
Tribulação. A explicação dispensacionalista é que a presença do povo de Deus
pode significa o lidar de Deus com a
nação de Israel e os convertidos na
tribulação. Faz-se necessário, pois, uma
palavra sobre a relação entre Israel e a Igreja.
Em primeiro lugar, descrever a relação entre Israel e Igreja como substituição
é inapropriado. Se a igreja cumpriu ou substituiu tudo que
Deus prometeu ao Israel nacional, porque Paulo em Romanos 9-11 congrega a
integridade de Deus a sua promessa com o Israel étnico? Porque Paulo
entraria no mérito racial, se tudo prometido a Israel foi cumprido espiritualmente
na Igreja? Para que um futuro para o Israel étnico se a igreja já
cumpriu tudo? O fato é que mesmo depois do advento da Igreja, Paulo alimentou o
mérito racial em suas argumentações guiado pelo pressuposto de que a promessa
foi dada a uma nação. Nas palavras de
Cranfield: A igreja não pode alimentar a ideia “má e contrária às Escrituras de
que Deus rejeitou o seu povo Israel e simplesmente o substituiu pela
Igreja cristã”[45].
Segundo, reconhecer uma distinção entre Israel e a Igreja,
não implica necessariamente na negação de uma relação de continuidade.
Usando a figura paulina da árvore, a distinção histórica inquestionável dos
ramos não exige distinção em tudo, pois é única tanto a árvore
quanto suas raízes. A promessa do derramar do
Espírito foi dada a Israel e cumprida na igreja. O mesmo podemos dizer sobre a Nova
Aliança.
A distinção rígida entre Israel e a Igreja defendida pelo
dispensacionalismo clássico além de insustentável textualmente traz outras
dificuldades. Por que Apocalipse é um testemunho para as igrejas (22.16) se ela
não está envolvida nisso? Além disso, a iminência da volta de Cristo é dita ser
direcionada a igreja. Porém, muitas referências à iminência se encontram no
sermão profético do Senhor Jesus que para os pré-tribulacionistas é direcionada
aos judeus. O fato é que “Uma separação total e consistente da igreja e Israel
não necessariamente implica qualquer visão específica sobre o tempo do rapto”[46].
4
OMISSÕES e INCONSISTÊNCIAS.
Nessa fase de nosso estudo lidaremos com passagens claras sobre o
Arrebatamento e a Segunda Vinda e entender a relação entre elas lidando com as
acusações de há omissões relevantes e
inconsistências entre elas.[47].
4.1
Omissões.
As omissões nas passagens
que lidam com o arrebatamento são: (1) Sinais; (2) Referências à Tribulação.
Uma palavra sobre omissões. Entendemos que textos como 1
Tessalonicenses 4-5 não estão interessados em apresentar tudo sobre a segunda vinda do Senhor. Acusar um texto de omissão pressupõe que sempre que um
determinado tópico surgir todos os elementos envolvidos devem estar presentes. E é sabido que todo pré-tribulacionista não
negaria que nem toda referencia a vinda de Cristo revela toda a complexidade do
evento.
Sobre 1 Tessalonicenses 4-5, Ladd argumenta nesses termos: “O único
aspecto da parusia que Paulo tem em mente é a sua relação com os crentes. Nessa
passagem ele não tem nada a dizer sobre sua relação com o mundo”[48]. Uma outra forma de
responder a acusação de omissão é: Se não temos nada acerca do que antecede a vinda de Cristo (sinais e
tribulação) também “nada é dito acerca do que acontece depois do encontro”[49].
Ainda pensando nas omissões, há várias passagens no Novo Testamento
em que temos uma referência à ressurreição (Rm. 6.5; 8.11; 2Tm. 2.18; At.
17.18; 24.15; Hb. 6.2; 11.35) porém, sem uma indicação de tempo. Outras relacionam a ressurreição com a vinda do
Senhor (1Co. 15.23; 1Ts. 4.16), mas sem uma palavra sobre sua relação com a Grande
Tribulação – seja a antecipando ou seguindo.
Assim, a acusação da ausência de Sinais ou Tribulação em 1 Tessalonicenses
4-5 poderia ser explicada pela causa
da escrita: explicar a posição dos mortos no advento do Senhor. Entendemos que
isso é parte da resposta. No entanto, percebemos que o livro e o parágrafo nos
dão indícios desses dois itens
relacionados à descrição do arrebatamento.
Primeiramente devemos
entender que a relação entre o capítulo 4 e 5 é de continuidade. A presença de de, no início do capítulo 5 pode indicar mudança, mas não necessariamente “mudança/contraste temporal”. A
natureza da mudança é definida pelo contexto. Gleason Archer, por exemplo,
entende que o Dia do Senhor descrito no capítulo 5 é separado e subsequente ao
arrebatamento referido no capítulo anterior[50]. Arrebatamento e o Dia do
Senhor podem dificilmente fazer parte do mesmo
evento. Porém, não há a
necessidade de entender tratar-se de dois eventos distintos, mas efeitos
diferentes para o mesmo evento.
Além disso, há indícios de que o assunto é o mesmo. “[…] a maneira
com a frase “tempos e épocas” é introduzida, sem qualificação (“tempo e épocas”
de quê?) sugere que o tempo do arrebatamento
há pouco discutido é o tópico”[51].
A afirmação de que o Dia do Senhor vem como um ladrão não é o mesmo
que dizer que ele vem sem aviso prévio[52]. Alguns entendendo que o
Dia do Senhor vem quando as pessoas estiverem em “paz e segurança”, supõem que
sua vinda coincide com o início a
Tribulação. Ou seja, uma vinda antes
da tribulação e destituída de sinais prévios.
Temos duas razões para rejeitar tal conclusão. A primeira é a
própria natureza do Dia do Senhor. Como vimos acima, esse dia é marcado por
sinais que o antecedem (cf. At. 2.20; 2 Ts. 2). Segundo, e mais importante para
nosso raciocínio, Gundry[53] nos alerta que Paulo não
está descrevendo como realmente serão
os dias, mas revela o querer e a expectativa das pessoas. Elas “andarão dizendo” como nos dias de
Jeremias: “Paz...paz” (Jr. 6.14; 8.11).
O texto, na verdade, fala indiretamente
de sinais. O ponto é que o ser humano não vai dar atenção, pelo contrário, dirá
que está tudo em paz a despeito dos
sinais. Ao declarar que o Senhor virá como um ladrão fica claro que se dará
assim devido a cegueira dos que vivem nas trevas. Para os que vivem na luz não
será surpresa. Nas palavras de Paulo: “não estais em trevas, para que
esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa”.
Quanto à tribulação, Paulo não precisava falar de tribulação, pois
os Tessalonicenses estavam em tribulação
(1.7; 3.7). “A persistente tendência dos pré-tribulacionistas a confinar a
tribulação somente ao período climático de sete anos no fim da história
distorce seriamente a perspectiva do Novo Testamento”[54]. No sermão escatológico
de Cristo a tribulação é a marca de toda
a história da Igreja. A distinção entre tribulação e Grande Tribulação está
no alcance mundial e na figura do Anticristo.
Na prática, nunca se saberá quando estaremos no início dos sete anos, pois estes são
marcados por sinais gerais comuns em toda história da humanidade. Sinais esses já e/ou ainda não testemunhados por muitos anos. Ou seja, se alguém
perguntar se estamos na Tribulação, a resposta não poderá ser exata. É de
conhecimento de todos que sempre existirão tribulação e anticristos. Ou seja,
Paulo não precisava falar de Tribulação. Essa é uma marca do período da Igreja.
Se há omissões, também há similaridades
entre Paulo e o Senhor Jesus. Primeiro temos a declaração de Paulo “ainda
vos declaramos, por palavra do Senhor” (v.14) que nos
faz pensar que ele é dependente do ensino de Cristo em suas argumentações. Além
disso, temos os elementos comuns[55]: som da trombeta (1Ts.
4.16 comp. Mt. 24.31), presença dos anjos (1Ts. 4.16; 2Ts. 1.7 comp. Mt. 24.31),
a vinda do Senhor Jesus Cristo do céu
(1Ts. 4.16; 2Ts. 1.7 comp. Mt. 24.30), as nuvens (1Ts. 4.17 comp. Mt. 24.30),
encontro (avpa,nthsij) com o
Senhor (1Ts 4.17; Mt. 25.6), a ignorância dos “tempos e horas” (1Ts. 5.1) e
“daquela hora” (24.36) com a locução preposicional peri, de,, a vinda como um ladrão
(1Ts. 5.2 comp. Mt. 24.43), a repentina destruição (1Ts. 5.3 comp. com os dias
de Noé (Mt. 24.39), a expressão princípio das dores (Mt. 24.8) e as dores de uma
mulher grávida (1Ts. 5.3), a ordem de vigiar (1Ts. 5.6, 7 comp. Mt. 24.42), o
perigo de ser encontrado dormindo (kaqeu,dw – 1Ts. 5.6 comp. Mc. 13.36), ajuntamento dos santos (1Ts. 4.13-18
comp. Mt. 24.31).
4.2
Inconsistências.
Diferente das omissões, as inconsistências exigem que tenhamos dois eventos distintos. São elas: 1) O tempo da
ressurreição em 1 Tessalonicenses 4 e o referido por Apocalipse 19-20. 2) O
destino dos arrebatados em João 14.3 é o céu
e as passagens da segunda vinda retratam nossa permanência na terra.
A primeira inconsistência só faz sentido se os eventos descritos em
Apocalipse 19-20 indicam uma clara progressão
temporal – o que não é o caso. A
prisão de Satanás (v.1) e a ressurreição (v.4) são introduzidos por um genérico
kai,. Ambos os eventos são marcas
do início de uma era de mil anos. Portanto,
João não está preocupado em uma sequência.
É mais razoável pensar que os eventos de Apocalipse 19.11-21 são paralelos a 20.1-6.
Além disso, 1 Tessalonicenses 4 nos revela que vinda de Cristo é
marcada pela ressurreição dos santos. Segundo Ladd[56], Apocalipse 20-1-4 é única passagem em que encontramos uma
clara indicação do tempo da
ressurreição. E ela se dá no final da
tribulação na vinda de Cristo em glória. Essa a primeira de duas ressurreições.
Os pré-tribulacionistas demonstram mais incoerência, pois devem assumir três ressurreições: 1. Arrebatamento pretribulacional,
na segunda vinda postribulacional e no final do milênio.
A segunda acusação é acerca do destino dos arrebatados e o destino
dos que participam da Segunda Vinda. Os primeiros para o céu e os demais ficam
na terra. A palavra “encontro” (v.17) aparece três vezes no Novo Testamento:
Mateus 25.2 e Atos 28.15 e ambos os casos trata-se de um encontro que segue um retorno. Certamente nenhum
pré-tribulacionista é constrangido a negar essa nuança. Ele deve acreditar na
subida e descida, porém com um intervalo de sete anos.
No entanto, o texto usado para dizer que o destino permanente dos arrebatados é o céu com Cristo é João 14.3. Enquanto
1 Tessalonicenses 4 revela a subida, João revela a permanência no céu. Em
primeiro lugar a palavra céu nem
sequer aparece no texto de João. A ênfase está em ficar para sempre com o
Senhor. Caso a ênfase esteja no céu e não na presença de Cristo, como explicar
a permanência no céu somente por sete anos? A expressão “para sempre” perderia
todo seu peso.
5
CONCLUSÃO:
Segundo o sermão escatológico do Senhor Jesus, Sua vinda é única
(não em dois estágios), visível a todos (não secreta), antecedida de sinais,
imprevisível, posterior a um período de tribulação. Nem Paulo, nem João ou
qualquer outro autor bíblico muda os elementos essenciais que o Senhor
Jesus Cristo nos ensinou sobre o fim.
Findamos com a clareza da declaração pós-tribulacional do nosso
Senhor Jesus Cristo: “29 Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua
não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos
céus serão abalados. 30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do
Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
Maranata!
Maranata!
[1]
WALVOORD, John F. The Blessed Hope and
the Tribulation: A Biblical and Historical Study of Postribulacionism. Grand
Rapids: Zondervan, 1976, p. 50.
[2]
GUNDRY, Robert H. The Church and the Tribulation.
Grand Rapids: Zondervan, 1973, p. 54.
[3]
FEINBERG, Paul D. The Case for
Pretribulation Rapture Position em ARCHER, Gleason (ed.) Three Views on the Rapture. Grand
Rapids: Zondervan, 1984, p. 63-71.
[4] MOO,
Douglas J. Response for Pretribulation
em ARCHER, op. cit., p. 94.
[5] MOO,
Douglas J. Response for Pretribulation.
p. 94.
[6]
FEINBERG, Paul D. The Case for
Pretribulation Rapture Position. p.66.
[7] Ibid., p. 69 (itálico do autor).
[8]
GUNDRY, Robert H. The Church and the
Tribulation. p. 59
[9]
FEINBERG, Paul D. op. cit., p. 67.
[10] MOO,
Douglas J. op. cit., 94.
[11] Ibid., p. 94, 95 (itálico nosso).
[12] Passagens paralelas citadas acima.
[13] MOO, Douglas
J. Response for Pretribulation. p. 95.
[15]
RIDERBOS, Herman. A Teologia do Apóstolo
Paulo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 587.
[16]
RADMACHER, Earl D. The Imminent Return of
the Lord. Em WILLIS, Wesley R. MASTER, John R. Issues in Dispensationalism. Chicago: Moody Press, 1994, p. 249
[itálico nosso].
[17]
Ibid., p. 254.
[19] PENTECOST, Manual
de Escatologia. p. 227.
[21] CARSON, D. A. Escândalo. São José dos Campos: FIEL, 2010, p. 93.
[22]
GUNDRY, The Church and the Tribulation.
p. 42 (itálico nosso).
[23] Ibid., p. 43
[24] WOOD, Leon J. A Bíblia e os Eventos Futuros. São Paulo: Candeia, 1993, p. 57.
[25] GUNDRY, Robert H. op. cit., p. 30.
[26] Ibid.
[27]
LADD, George Eldon. The Blessed Hope.
Grand Rapids: Eerdmans, 1956.
[28] Ibid.
[29] Ibid.
[31]
Pretribulacionista entendem que a pregação do Evangelho está dentro do contexto
da Tribulação.
[32]
RADMACHER, Earl. The Imminent Return of the Lord. Em WILLIS, Wesley R. MASTER, John
R. Issues in Dispensationalism. p.
257. WALVOORD, John. F. The Rapture Question.
Findlay: Dunham, 1957, p. 150-1.
[33] MOO,
Douglas J. The Case for Posttribulation
Rapture Position. p. 210 [itálico nosso].
[34] WOOD, Leon. A Bíblia e os Eventos Futuros. p. 97.
[35] MOO,
Douglas J. The Case for Posttribulation
Rapture Position. p. 183. (itálico nosso).
[36]
GUNDRY, Robert H. The Church and the Tribulation.
p. 97.
[37] WALVOORD, John. F. Todas as Profecias da Bíblia. São Paulo: Vida, p. 423.
[38] Outros pré-tribulacionistas entendem que o Dia
do Senhor começa com o Arrebatamento/início da tribulação são: PENTECOST e
RYRIE, Charles. The Bible and
Tomorrow’s News. Weaton: Victor, 1969, p. 143.
[39]
GUNDRY, Robert H. op. cit., p. 27-8.
[40]
WALVOORD, John. op. cit., p. 427.
[41] LADD,
George Eldon. The Blessed Hope. Grand
Rapids: Eerdmans, 1956.
[42] FEE, Gordon. The First and Second Letters to the Thessalonians. Grand Rapids: Eerdmans,
2009, (NICNT), p. 50. [itálico nosso]
[43] MOO,
Douglas J. Response for Pretribulation.
p. 88.
[44]
GUNDRY, Robert H. The Church and the
Tribulation. p. 48.
[45] CRANFIELD, C. E. B. A Carta aos Romanos.
São Paulo: Edições Paulinas, 1992, p. 207.
[46] MOO,
Douglas J. The Case for Posttribulation
Rapture Position. p. 172.
[47]
FEINBERG, Paul D. The Case for Pretribulation
Rapture Position p.80.
[48]
LADD, George Eldon. The Blessed Hope.
[49]
Ibid.
[50]
ARCHER, Gleason. The Case for
Mid-Seventieth-Week Rapture Position p. 117.
[51] MOO,
Douglas J. The Case for Posttribulation
Rapture Position. p. 160.
[52] Contra WALVOORD, John. Todas as Profecias da Bíblia. p. 423.
[53]
GUNDRY, Robert H. The Church and the
Tribulation. p. 92.
[54] MOO,
Douglas J. The Case for Posttribulation
Rapture Position. p. 99.
[55] Para uma análise dos elementos comuns confira:
WATERMAN, G. Henry Waterman. The Sources of Paul´s Teaching on the 2nd
Coming of Christ in 1 and 2 Thessalonians. Journal
of the Evangelical Theological Society. 1975, v. 18.2.
Pastor Rômulo,
ResponderExcluirAchei estonteantes cada um dos argumentos que o sr utilizou. Senti-me naquelas cirscunstancias quando temos uma ferida no ombro, e torcemos para ninguem esbarrar nele. A gente sabe que a ferida tá lá, mas espera que ninguém a toque.
Pois eu entendo que o sr tocou nas feridas do pré-tribulacionismo.
Não há o que refutar quanto sua argumentação sobre a relação iminencia e sinais. Nem tampouco sobre a relação Ira e Tribulação.
Eu penso que, com sua postagem em um blog, e sendo o sr alguém conhecido aqui em nossa região, definitivamente a ferida foi exposta, e para se manterem no pré-tribulacionismo terão que utilizar argumentos mais convincentes.
No entanto, tenho algumas pequenas considerações. Não são objeções, apenas pontos onde penso que o sr não tratou suficientemente.
1) A questão das Setenta Semanas.
Não entendi claramente se a ultima semana, na sua perspectiva é literal ou não. Se for literal, então a volta de Cristo pode sim ser predita, pois apesar de não sabermos o quando se dará o início, saberemos sim quando se dará o início da Grande Tribulação, ou a metade, pois Jesus disse "Quando virdes o abominável da desolação...".
Acho que o sr deveria tratar com mais cuidado essa questão, se será possível ou não sabermos se estamos nos sete anos, e em que período dos sete anos estamos.
2) O sr não lidou com as principais objeções feitas aos pós-milenistas. Sua regra de lidar com passagens claras esqueceu uma das mais claras: 1 Cor 15:50ss.
Primeiro, se Paulo diz que todos seremos transformados, porque haverão pecadores no milenio?
No entanto, achei o texto do sr muito convincente. e acredito que esse dois pontos que eu mencionei são apenas dificuldades geradas pela complexidade de informações, e não pela complexidade do sistema.
Termino meu comentário com um texto que me dá dor de cabeça, como um pré-tribulacionista:
"Ele vem com as nuvens, TODO O OLHO O VERÁ, até mesmo aqueles que o traspassaram, e todas as tribos da terra se lamentarão por causa dele".
Ap 1:7.
Se essa era a esperança de João, escrevendo "às igrejas", por que não deveria ser a minha?
Abração.
PS: acho que o sr deveria dar uma revisada. Há muitas palavras duplicadas, e outras falhinhas assim. Valeu.
Obrigado pelas dicas. Vamos às repostas!
ResponderExcluir1. Quanto às pessoas transformadas no milênio: O artigo só visa a relação da vinda do Senhor e a tribulação. Se o SENHOR permitir tratarei das implicações quanto ao milênio em um novo artigo.
2. Quanto à tribulação. O que quis mostrar foi que, crendo serem sete anos literais ou não, isso não afeta a nossa ignorância (iminência) quanto à vinda do Senhor. Caso entenda ser literal, os dias serão abreviados e, portanto, incalculável; caso não creia na literalidade dos sete anos, a ignorância quanto à vinda permanece por motivos óbvios. Para ser sincero, estou ainda lutando com a literalidade ou não dos sete anos.
3. Vou fazer a revisão das duplicações e "falhinhas". Obrigado mesmo! Sua participação enriquece o ensaio.
Pastor apenas a título de informação, o senhor saiu do movimento Batista Regular ou pretende sair já que é um distinto o pré-tribulacionismo? Abração.
ResponderExcluirEsta na hora de alertamos os amados irmãos que todos os termos neotestamentários usados para referir-se à vinda de Jesus, nos revela um evento visível, notável e não oculto
ResponderExcluirE esta mais do que na hora de ser "DEIXADO PARA TRÁS" as fantasias e imaginações pré-tribulacional.
ResponderExcluirQuerido Carlos, saudades.
ResponderExcluirPara ser direto: Não tenho pretensão nenhuma de deixar meu grupo. Agora, como as coisas ficarão? Certamente não sei. Só sei que a Bíblia ensina que a volta de Cristo é postribulacional e que posso conviver tranquilamente com quem crer diferente de mim tanto em minha igreja local quanto em meu grupo.
Querido Luis Correia (Prega a Palavra), obrigado pela força! Abração!
ResponderExcluirPensei sinceramente que estava sozinho em minha percepção pós-tribulacionista [uma pouco do espírito de Elias: "...matarão teus profetas...] Desde que sai do SBC, já lidava com textos em que o pré-tribulacionismo se comportava tão somente como um imposição de um sistema, não como algo advindo de uma leitura natural do texto bíblico. II Ts 2, foi para mim libertador e esclarecedor. Ao fazer uma exposição de Mc [especialmente Mc 13] fechei a questão. Então, querido colega estamos juntos na senda pós-tribulacional!!!
ResponderExcluirAmado Luis Correia,
ResponderExcluirQuero pegar carona na sua expressão “leitura natural do texto” e fazer uma consideração. Em todas as passagens em que temos o registro da tribulação junto com a segunda vinda; a volta do Senhor a segue, não a antecede. O Sermão do Senhor Jesus é claro e o mesmo se pode dizer de Apocalipse. Aliás, nenhum pré-tribulacionista negaria os relato da vinda postribulacional do Senhor. Também não negaria que foi exatamente esse o ensino do Senhor aos seus discípulos. A pergunta que não quer calar é: aonde estão as referências de uma vinda pretribulacional? O ônus da prova, portanto, não é nosso. O fato é que não se chega a elas (referências pretribulacionais) “naturalmente”.
A sensação que tenho (posso estar enganado) é que o pré-tribulacionismo parece pressupor que a “leitura natural” não é suficiente. Tive essa sensação ao pregar em Mateus 24 em minha igreja. A leitura natural levava o povo para um lugar para onde eu (até então pré-tribulacionista) não deveria as deixar chegar – no pós-tribulacionismo. Tive que executar um “duplo twist carpado exegético” que deixou o povo desnorteado. Hoje, quando um membro me pergunta sobre a vinda de Cristo, eu simplesmente leio Mateus 24. Só. É claro e natural que o nosso Senhor virá depois da tribulação.
Por outro lado, reconheço que algumas passagens bíblicas não são fáceis de entender, que a “leitura natural” pode não satisfazer a busca por sentido e que esse pode ser o caso das passagens que trabalhei no ensaio. Por isso afirmo com sinceridade (sem qualquer hipocrisia ou ironia): estarei disposto a rever minha visão caso veja que é necessário algo a mais para entender a Segunda Vinda do Senhor. Por enquanto fico com o “natural”.
Pr. Rômulo, admirável amigo...
ResponderExcluirEu, que permaneço pretribulacionista, aprecio sua exposição e sua disposição para rever algum ponto de seu pensamento, caso necessário.
Faço uma pergunta: já que você procura exercitar a "leitura natural do texto" para entender a sequência dos eventos escatológicos,e, pelo que eu entendi, fixou o Dia do Senhor como evento que ocorrerá no final da tribulação, à luz dessas considerações, como você leria 2Pedro 3? Digo: neste capítulo, Pedro se refere ao Dia do Senhor com a descrição de eventos catastróficos... então, ele diz que os céus se desfarão e serão criados novos céus e nova terra (vv.12 e 13). Teríamos, então, tentando seguir os parâmetros do seu raciocínio, a seguinte ordem dos eventos: no Dia do Senhor (que você parece fixar no final da tribulação)os céus se desfarão e logo em seguida (é o que sugere a "leitura natural do texto") serão criados novos céus e nova terra... E sabendo que esses novos céus e nova terra não são uma referência ao reino milenar (Ap 21)... Como você resolveria essa questão? Se o Dia do Senhor ocorre pontualmente no final da tribulação, o que vem depois? Novos céus e nova terra ou o milênio?
Se acha que fugi ao tema, não se preocupe, podemos conversar sobre isso em outra ocasião,
Abraço meu querido... Parabéns pelo ensaio.
Mande notícias sobre a defesa da sua dissertação...
Assis
Diga meu amado,
ResponderExcluirSuas considerações enriquecem o ensaio.
A explicação é simples: todos os autores que li, tanto pré-tribulacionistas quanto pós-tribulacionistas entendem que o Dia do Senhor envolve uma complexidade de eventos que incluem o milênio e os novos céus e nova terra também. A discussão entre os pré-milenistas como nós concentra-se no terminus a quo – o que tratei no ensaio. É aqui que surgem as divergências. Quanto ao terminus ad quem, entendo que vai até os novos céus e nova terra referido por Pedro.
Quanto à dissertação, se Deus permitir, estarei enviando o projeto ainda esse mês para o meu orientador.
Abração!
Pr. Rômulo Monteiro
Ok pr. Rômulo,
ResponderExcluirgostaria de ouvir você falando um pouco sobre o terminus ad quem (mas claro que não era esse o foco do ensaio)... Suas palavras foram suficientes. É de fato quase consenso entre esses estudiosos que o termo Dia do Senhor “não deve ser considerado como um simples dia no calendário, mas como um período inteiro, que testemunhará a visitação redentora final de Deus em Cristo”...
Você colocou bem em seu ensaio que alguns pretribulacionistas afirmam que o terminus a quo coincide com o início da tribulação... porque outros fazem distinção entre Dia do Senhor e Dia de Cristo... Mas essa também é outra questão...
Obrigado pela sua observação...
a gente se fala...
Caro Assis, é sempre bom tê-lo por aqui no blog. Espero revê-lo. Abração!
ResponderExcluirPastor Rômulo,
ResponderExcluirO sr disse:
"Para aqueles que entendem que a Tribulação é a septuagésima semana ainda não cumprida e que, portanto, devem ter exatos sete anos; o próprio Senhor Jesus revela a resposta assegurando que os dias da tribulação serão “abreviados” (kolobo,w – Mt. 24.22; Mc. 13.20). Dessa forma, o período da tribulação ainda assim não pode ser calculado."
Posso não estar entendendo direito, mas me parece claro que o seu argumento baseia-se no fato da ultima semana não ser de sete anos literais. Como o sr disse, "o período da tribulação não pode ser calculado".
O próprio Gundry parece sustentar o argumento sobre a hipótese da abreviação da última semana.
No entanto, logo a questão deixa de ser a literalidade da ultima semana, e passa a ser a relação dela com os sinais. O sr mesmo demonstrou isso acima quando disse: "O que quis mostrar foi que, crendo serem sete anos literais ou não, isso não afeta a nossa ignorância (iminência) quanto à vinda do Senhor."
Mas pr Romulo, me parece bem claro que se a tribulação é a ultima semana de Daniel, não importam os sinais, ou a abreviação, mas a iminência é desfeita pelo fator temporal aos que estarão na tribulação.
Se eu souber que estou na tribulação, não importam quantos dias ela vai durar, o que sei é que será no máximo sete anos.
Não é isso?
Mas o sr argumenta que não saberemos se estaremos na tribulação. O sr disse:
"Na prática, nunca se saberá quando estaremos no início dos sete anos, pois estes são marcados por sinais gerais comuns em toda história da humanidade. Sinais esses já e/ou ainda não testemunhados por muitos anos. Ou seja, se alguém perguntar se estamos na Tribulação, a resposta não poderá ser exata."
No entanto, Jesus não aponta um indicador de que estaremos na tribulação "Quando virde o abominável..."?
Ou seja, neste momento, todos os que virem poderão dizer "estou na tribulação que Jesus disse". Sendo assim, a iminência mais uma vez não seria excluída?
Abração.
Caro Neto, mais uma vez agradeço sua participação.
ResponderExcluirPerdoe-me por não ter sido tão claro. O que quis dizer sobre a Tribulação foi que sendo ela a septuagésima semana de Daniel ou não, isso em nada elimina a iminência (ignorância) da volta do Senhor.
São dois os caminhos trilhados pelos pós-tribulacionistas: 1) Não tomá-la como a septuagésima semana de Daniel com seus “exatos” sete anos “previsíveis” (diferente de iminente). Esses entendem que a última semana de Daniel ficou no primeiro século. Isso, portanto, não seria problema para a iminência. Ou, 2) entender tratar-se da septuagésima semana, porém ao mesmo tempo reconhecendo que esse tempo será “abreviado”, o que implica em ignorância e imprevisibilidade quanto a vinda do Senhor. Assim, se a tribulação é a mesma septuagésima semana, isso não afetará a iminência. Não podemos calcular um tempo que será “abreviado”.
Um esclarecimento: Não disse que não saberemos se estaremos na tribulação, mas no “início” da tribulação devido seus sinais gerais.
Se não tiver respondido satisfatoriamente, fique à vontade em perguntar novamente.
Abração!
Baseado no comentário do pr Carlos, parece-me que o senhor não concorda com o atual fato de que o Dispensacionalismo é decisivo para o Separatismo Eclesiástico. Uma vez que estou escrevendo uma monografia sobre o assunto, gostaria de, humildemente, sugerir-lhe escrever algo a respeito. Não, apenas, porque será de grande valia para mim, mas, sem dúvida, porque ajudará a várias outras pessoas a compreenderem algo não tão aceito por MUITOS em nosso movimento, concordando, ou não, com o senhor. PENSO QUE VALE A PENA ESVAZIAR-SE PARA AVALIAR ARGUMENTOS CONTRÁRIOS AOS "RÓTULOS" QUE DEFENDEMOS! Graça e paz...
ResponderExcluirPr Romulo, obrigado pelos esclarecimentos. Nossa conversa na ECS também me ajudou bastante a entende-lo (essa é a vantagem de ter o autor de um texto vivo. Já pensou as gargalhadas que Paulo daria com alguns comentários de seus livros contemporâneos?).
ResponderExcluirTambém não tinha atentado quanto ao fato de ser difícil saber se estaremos no início da tribulação.
Tudo entendido.
Abraço.
Diga Geovane,
ResponderExcluirPerdoe-me, meu amado, mas não queria entrar nesse mérito. Queria responder somente questões ligadas ao tema do post – volta de Cristo e sua relação com a Tribulação. Acho que a pergunta do Pr. Carlos, apesar de ser desnecessária diante do estudo, foi respondida de forma satisfatória. Para falar a verdade, não queria sequer entrar nesse mérito. Já que respondi ao Pr. Carlos, não queria estender a questão. Espero a sua compreensão.
Quanto à sua monografia, posso sugerir, por enquanto, dois livros que me vieram à mente: “Tolerância no Novo Testamento” do Augustus Nicodemus pela PES. Trata-se, na verdade, de um opúsculo. Mas pode te introduzir a uma abordagem mais bíblica sobre o assunto. O outro seria “Cristianismo e liberalismo” de John Gresham Machen. Há um post aqui no blog sobre Machen e sua obra. Dá uma olhada! Vai te ajudar. O ponto relevante para sua obra é que Machen, em sua luta contra o liberalismo, tenta estabelecer as bases do Cristianismo.
Manda um e-mail para mim: rom_fran@hotmail.com, pois assim a gente pode trocar umas ideias com mais privacidade.
Abração!
Pastor, no livro "Escatologia e a vida de santidade", de Edson Naves, e em um vídeo de Marcos Granconato no site da ECS, eles atribuem o termo "apostasia", de 2 Ts, ao afastamento da igreja no mundo. Ou seja, o Dia do Senhor será depois do "afastamento" e do aparecimento do iníquo.
ResponderExcluirO que o sr acha da interpretação de "apostasia" como o arrebatamento?
Num foi uma implicação de uma implicação, mas foi um comentário de um comentário. kkkkkkkk... Não obstante, permanece a petição para UM OUTRO POST, QUEM SABE. Grato pelas sugestões e, sobretudo, pelo e-mail* ;D
ResponderExcluirDeus o abençõe...
Diga Netão!
ResponderExcluirCom todo respeito aos defensores citados, mas nada é mais improvável do que essa conclusão. Chega a ser “obscura” tal consideração. Explico: A palavra “apostasia” aparece seis vezes na LXX, e em todas as ocorrências, o sentido é de separação de Deus, rebeldia, transgressão – pecado. Se você tem o Bible Works rapidamente chegará a essa mesma conclusão. No NT temos duas ocorrências. O texto que está em questão em nossa discussão é um e o outro é Atos 21.21. No último, o sentido é de abandonar Moisés. Ninguém discordaria que Moisés é claramente uma figura da palavra de Deus. Novamente o sentido é de separação de Deus – rebeldia religiosa. As fontes do koinê (extra bíblico) não oferecem um simples exemplo em que a palavra foi usada para separação espacial; antes se mantém a ideia de rebelião religiosa e política.
É evidente que a palavra traz implícita a ideia de “separação”, mas a base para esse julgamento vem da análise de um outro vocábulo – o verbo afistêmi. A lógica é a seguinte: o verbo aparece 15 vezes no NT. Dessas, somente 3 tem um aspecto religioso. Logo, tal nuança religiosa não é predominante, asseguram. Essa argumentação, entretanto, pressupõe que o substantivo (apostasia) tem seu significado advindo do verbo (afistêmi). Trata-se do que Carson chama de “falácia de radical”, quando se entende que o significado de um vocábulo é determinado por sua etimologia. Não é preciso conhecer muito de linguística para descartar tal ideia rapidamente.
O fato é que o substantivo “apostasia” só tem um sentido: rebelião religiosa ou política. É interessante que logo após falar de apostasia, segue a descrição do homem da iniquidade e todo seu comportamento apóstata. Além disso, em Marcos 13.6 e seus paralelos revelam que há uma associação direta entre rebelião religiosa (apostasia) e os últimos dias. Assim, não temos novidade em Paulo.
Observe a gravidade desse pensamento: Se “apostasia” aqui significa “separação espacial”, teríamos não somente uma “exceção” ao “uso” da palavra, mas um significado “antônimo”. Seria a única vez em que a palavra teria um sentido “positivo” e, indo de encontro a todos os outros usos, significaria exatamente o contrário: separado “para” (em direção a) Deus. Venhamos e convenhamos, seria muito esquisito Paulo usar uma palavra com conotação tão negativa para descrever nosso encontro com Cristo nos ares. É por isso que Erickson diz que esse é um significado “contrabandeado”.
Acho que nossos irmãos pré-tribulacionistas deveriam seguir o exemplo de Walvoord, um gigante do pré-tribulacionismo, que reconhece tal improbabilidade de significado. A verdade é que são poucos os que ainda têm coragem de usar essa argumentação.
Valeu! Futuro pós-tribulacionista!
Pr. Rômulo vc conhece o livro "A Segunda Vinda - Uma análise do Pós-Tribulacionismo" de Ézio Pereira da Silva pela Vida Nova? Esse foi um livro que adquiri ainda no SBC sobre este assunto e que pelo visto não foi mais publicado [talvez não encontrou mercado]. Se você tem ou já leu qual sua opinião [resenha] sobre esta obra?
ResponderExcluirNesta obra Ézio ao tratar de II Ts 2:3 fala que a tradução de apostasia para "partida" [arrebatamento]cria-se um monstro, deixando o texto truncado e impossível de ser compreendido: "Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele [reunião com ele é o arrebatamento]... ninguém de maneira nenhuma vos engane; porque não será assim [isto é nossa reunião com ele, o arrebatamento, não acontecerá] sem que antes venha a apostasia [o arrebatamento]" [pp 136]
Luiz Correia
Amado Correia,
ResponderExcluirSim, conheço a obra. Foi prefaciada pelo Russell Shedd. Ela realmente e infelizmente não é mais editada.
Realmente a observação contextual de Ézio é muito pertinente. Tomando-a junto com o comentário anterior (resposta ao Antônio Neto), podemos concluir que a opção de entender “apostasia” como “arrebatamento” é uma anomalia tanto lexical quanto contextual.
Abração meu irmão!
Obrigado por enriquecer a discussão.
"Valeu! Futuro pós-tribulacionista!"
ResponderExcluirDe tudo o que o sr disse, essa foi sua declaração mais polemica.
kkkkkkkkkkkkk
Abração!
Pastor, excelente artigo, muito esclarecedor. Pude fortalecer ainda mais minhas convicções pós-tribulacionistas. Gostaria de sugerir que o senhor continuasse escrevendo mais alguns artigos escatológicos tratando de questões como a interpretação do Apocalipse, milênio e 70 semanas de Daniel. Gostaria, para encerrar, de fazer breves considerações de aspectos em seu texto que sou grato e de acrescentar um pensamento em torno de 2Ts 2.
ResponderExcluirInicio com 2Ts 2. Como o senhor mencionou, Paulo vincula a vinda de Cristo e nosso encontro com ele ao Dia do Senhor e esse dia não ocorrerá sem que antes surja o homem da iniquidade. No mesmo texto, Paulo diz que esse homem só é destruído com a manifestação da vinda de Cristo. O interessante é que Paulo inicia o texto dizendo que a vinda de Cristo é exatamento o evento que torna possível nossa reunião com ele. Podemos concluir que a vinda de Cristo é o evento que estabelece nossa reunião com ele (igreja, mais especificamente a igreja de Tessalônica)e também destrói o anticristo, fato descrito em Apocalipse como ocorrendo somente ao final da tribulação (Ap 19).
Muito bom ter acesso, mesmo indiretamente a opinião de autores em obras não traduzidas, como Gundry e Ladd.
Seu exclarecimento sobre Ap 3.10 é fantástico, me sinto agora bem mais a vontade com esse texto.
O seu lembrete de que Apocalipse é escrito para testificar às igrejas (22.16) torna infundado excluir a igreja dos eventos narrados. Vejo trechos como o quinto selo (Ap 6) mostrando a não ocorrência de uma ressurreição anterior. Também vejo em Ap 19 a igreja não ataviada até aquele momento. Apocalipse 20 fala da 1ª ressurreição, aquela que engloba os bem-aventurados, ocorrendo com o retorno de Cristo e o início do milênio e não uma parcela do povo de Deus se adiantando a esse momento (entre os capítulos 03 e 04). A menção de pessoas de todos os povos e tribos sendo mortos na tribulação corrobora com a presença da igreja nesse evento.
Com relação ao Dia do Senhor, apreciei as distinções com os eventos da tribulação.
Apesar de não ter sido sua intenção explicar minunciosamente a questão da relação Israel-Igreja, pude entender melhor como o dispensacionalismo progressivo lida com isso. Essa identificação de continuidade e não substituição é coerente com uma futura conversão escatológica do povo judeu. Vários aliancistas também discordariam de uma teologia da substituição e diriam que a igreja teria se unido com Israel de forma indissociável, mas reconhecendo a promessa de Deus de restaurar o povo judeu dentro da oliveira. Interessante ver que, independente de quem tenha sido mais exato na identificação da real relação entre Israel e Igreja, as implicações não são tão diferentes, pelo menos para com o tipo de aliancismo que mencionei.
Obrigado mais uma vez pelo artigo e espero que surjam outros. Abraço.
Caro Edson,
ResponderExcluirAgradeço deveras suas palavras. Primeiro, pelo incentivo. São poucos os colegas que comungam dessa crença e podem dizer: “estamos juntos”. É bom saber que não estou sozinho com Ladd, Shedd, Carson, Gundry, Moo, Erickson, Piper.... Segundo, pelas observações sobre o aliancismo e o texto de 2 Tessalonicenses 2 que veem a somar ao artigo. Acho que espaços como esses existem para “estender” a temática com questionamentos e observações como as suas. Fique à vontade. Aliás, seria produtivo você observar os comentários de outros participantes. São enriquecedores. Em terceiro lugar, por que sei da sua paixão pela escatologia e que essa paixão o tem tornado versado no assunto. Sua corroboração ao texto, portanto, tem um “gosto especial”. Abração! Maranata!
Pastor muito obrigado pela resposta, e com certeza foi satisfatória. Abração!
ResponderExcluirQuerido pastor Rômulo, gostei muito do seu texto. Tenho um blog que trata desta questão (postribulacionismo.blogspot.com) e gostaria de permissão par incluir o seu texto nele.
ResponderExcluirAproveite e faça uma visita ao blog
Deus o abençoe ainda mais
Caro Fernando,
ResponderExcluirÉ um prazer para mim ter meu texto usado para a divulgação do pós-tribulacionismo. Obrigado pela visita ao blog. Já dei uma olhada no seu blog e gostei. Certamente vou usar seu material. Abração! Maranata!
Ok pastor, fique a vontade.
ResponderExcluirPr. Rômulo Monteiro, admiro muito sua coragem em defender suas convicções escatológicas. Por isso, orarei muito pelo irmão, pois sei o que lhe espera depois de tudo isso. Mas, lembre-se sempre que sua "cosnciência é escrava das Escrituras". Concordo com o irmão de A a Z. E, sei também, que apartir de agora, o irmão lança uma semente e incentiva muita gente a ter a mesma coragem...Sola Scriptura...Sole Deo Gloria!!
ResponderExcluirObrigado nobre anônimo.
ResponderExcluirInteressante e animadoras suas palavras.
Em um caminho oposto aos das suas palavras, tenho escutado expressões “caiadas de prudência” do tipo “Porque você não ficou calado? Não havia a necessidade de divulgação”. Entretanto, há alguns furos com nessas palavras: 1) É incompatível com meu ofício (pastoral-ensino) – somos sempre convidados a revelar nossa posição; 2) Fé leva ao discurso. Usando as palavras do apóstolo Paulo: “Eu cri, por isso, é que falei” (2Co. 4.13). Assim como o salmista (cf. Sl. 116), Paulo segue o princípio de que a fé leva ao discurso ou de que a crença é a base do discurso. Em outras palavras, “fé” é incompatível com “segredo”. Assim como Paulo não tinha medo da morte, não tenho medo das represálias e rejeições. Tenho medo, sim, de perder a ousadia e liberdade para pregar todo conselho de Deus e declarar como Paulo: “jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At. 20:27). 3) Não podemos confundir “prudência” com “covardia”.
Obrigado pelas orações. Realmente preciso.
Se quiser se identificar meu e-mail é rom_fran@hotmail.com
Gostei demais dessa ultima declaração. Obrigado.
ResponderExcluirPS: o anônimo não sou eu, eim!!! hehehe