DUAS PERSPECTIVAS
A. O NOVO INTERPRETA O ANTIGO:
“A exegese cristã deve permitir ao Novo Testamento interpretar o AT… Essa abordagem à interpretação bíblica permite que a revelação conclusiva de Deus no Novo Testamento interprete autoritativamente a revelação incompleta no Antigo”[1]. Essa é abordagem tradicional da Teologia das Alianças. É dito, por exemplo, que Pedro inspirado por Deus “transferiu o trono de Davi Jerusalém-Sião (Sl. 110:2) – para o céu”[2]. Para Elliott Johnson essa é uma outra forma de dizer que o NT [re]interpreta (ou muda) o AT[3]. Ladd, por exemplo, só acredita em um milênio devido sua leitura neotestamentária (especificamente Ap. 20 e Rm. 11:26) e não devido a interpretação literal das promessas feitas no AT referentes a um reino terreno[4].
Dentro dessa escola, há o grupo do sensus plenior. Para esses o NT “nos possibilita obter um ‘sentido mais completo’ […] do texto veterotestamentário, o que não era possível aos autores humanos do AT pretenderem, tampouco compreenderem”[5]. Assim, “o autor humano nem sempre compreendia completamente […] a referência profética”[6].
B. O ANTIGO INTERPRETA O NOVO
O dispensacionalismo é o grande nome dessa abordagem. Porém, pela própria natureza dessa escola hermenêutica, há muita variação. Aqui queremos considerar suas duas grandes vertentes: o dispensacionalismo tradicional ou clássico (Alguns representantes: Charles C. Ryrie, Thomas Ice, Elliott E. Johnson) e o progressivo (Darrell L. Bock, C. A. Blaising, Robert Saucy).
No Dispensacionalismo tradicional o AT tem a prioridade. “As passagens do Antigo Testamento são deixadas intactas pelo Novo Testamento”[7]. “O aumento não se dá à custa da promessa original”[8]. Por exemplo, para esses, as Alianças Davídica e Nova não foram cumpridas no NT exatamente porque não temos a aplicação nos termos do AT. Nas palavras de John R. Master: “Se a nova aliança de Jeremias 31:31-34 promete a certeza de obediência experimental aos mandamentos de Deus (‘Torah’), porque Paulo continua a experimentar o pecado (1Tm.1:15; cf. Fp. 3:12)?”[9].
Dispensacionalismo Progressivo: O diferencial dessa abordagem está em reconhecer que “o Novo Testamento introduz mudança e avanço; Ele não simplesmente repete a revelação do Antigo Testamento. Ele faz adições complementares, porém, ele não lança ao mar as antigas promessas[10]. Em sua defesa os progressivos dizem que “É essa manutenção do significado [no Antigo Testamento] que dá estabilidade a abordagem”[11]. “Não há substituição de significados, somente acréscimo de um novo cenário o qual ele também se aplica”[12].
Exemplificando: Um exemplo muito usado é o do “Trono de Davi”. No AT temos uma dimensão terrena, já no NT (especificamente At. 2:30) temos uma dimensão celestial. O dispensacionalista tradicional diria que a Aliança Davídica não foi cumprida, pois o que Atos nos apresenta não se encaixa com o contexto e/ou com os termos do AT. O progressista, por outro lado, diria que a dimensão celestial é um novo elemento[13] do progresso da revelação. O progressista ainda diria que “devemos ser sensíveis ao lermos ambos os Testamentos de uma forma que honre cada contexto e unifique-os canonicamente de forma que faça sentido a sua expressão orginal[14]. Para o progressista “uma leitura normal e complementar do contexto do Novo Testamento introduz uma nova nota de continuidade no progresso da revelação sem resultar numa alteração do significado último das passagens do Antigo Testamento”[15]. Na hermenêutica progressista não podemos fechar a questão das Alianças antes que o tema seja completamente desenvolvido[16]. É por isso que a denominaram de “hermenêutica completar”[17].
AS ALIANÇAS: CONTEÚDO, RELAÇÃO ENTRE ELAS E CUMPRIMENTO.
Aliança Abraâmica: Entre os capítulos 12 a 15 de Gênesis temos oito promessas. São elas: (1) uma descendência (semente); (2) bênção para Abraão; (3) Um grande nome para Abraão; (4) bênção ou maldição para aqueles que abençoarem ou amaldiçoarem Abraão; (5) bênção para as famílias da terra através de Abraão; (6) terra para a descendência de Abraão; (7) Deus será o Deus do seu povo; (8) reis serão descendentes de Abraão.
Aliança Davídica (2Sm. 7): Embora o termo aliança (tyrIB.) não apareça na passagem, referências posteriores referem-se a ela dessa forma (cf. 2Sm. 23:5; 2Cr. 13:5; Sl. 89:3). O Senhor lhe promete: (1) um grande nome (2Sm. 7:9); (2) Davi estabelecerá um lugar de repouso para a nação (vv. 10-11); (3) haverá uma descendência que reinará depois de sua morte (vv. 11b-13). (4) o relacionamento de Deus para com o rei nesta dinastia é especial, é um relacionamento de pai e filho (vv. 14-15). (5) é assegurado que essa linhagem e seu trono permanecerão para sempre (vv.16)[18].
A Nova Aliança (Jr. 31:31-34): Há três elementos importantes nessa aliança: (1) a aliança foi feita com Judá e Israel. Deus restaurará a nação completamente; (2) Essa aliança é diferente da aliança feita com Moisés; (3) essa aliança visa a transformação e restauração do relacionamento (perdão e acesso direto ao conhecimento de Deus).
A relação entre as Alianças
A promessa de uma grande nação implica na necessidade de terra (Abraâmica), de um líder (Davídica). E para experimentar as bênção do Reino Messiânico o povo precisava obedecer a Deus (cf. Dt. 27-30). A necessidade de bênçãos e obediência é garantida na Nova Aliança[19]. Assim, as alianças são complementares.
O CUMPRIMENTO DA ALIANÇA DAVÍDICA E A ATIVIDADE MESSIÂNICA DE CRISTO[20].
As divergências sobre o reino são várias. As principais são: A natureza do reino (político? espiritual? Político-espiritual?); sua vinda (vem em fases? já veio? Ainda virá? Veio e virá?), sua relação com Israel (Deus vai tratar futuramente com um Israel ético? Israel espiritual? ) e sua relação com a Igreja (o reino é o mesmo que igreja? Se manifesta na igreja? A igreja é somente sua porta de entrada?).
Observaremos duas questões básicas sobre o reino:
1] As declarações do Senhor Jesus acerca do mistério do Reino nas parábolas de Mt. 13, Mc. 4, Lc. 8:4-15 fazem referência a um novo (e distinto) programa de reino ou esses mistérios fazem parte de um desenvolvimento revelacional de um único programa já existente e prometido?
2] O reino (ou reinos) é espiritual, político ou ambos?
Para responder essas questões precisamos de uma definição de Reino e algumas expressões de grande valor hermenêutico como “cumprimento”, por exemplo. Segue alguns princípios esclarecedores:
1] Sobre cumprimento: Este autor entende que a sinalização do cumprimento de uma aliança não exige a presença de todos os elementos a ela ligados. Se houver de um apelo à linguagem das alianças e provisões de suas promessas, temos o início de cumprimento.
2] As declarações neotestametárias sobre a “chegada” ou “proximidade” do reino não pode ser inteiramente aplicada ao reino teocrático ou a soberania universal de Deus (e.g., dispensacionalismo), pois o reino tem sempre existido (Sl. 145:10-13), enquanto o Novo Testamento proclama um reino que não existia previamente.
3] A distinção entre os “reinos” presente e futuro como se tratando de duas esferas ou entidades distintas é problemática visto que os autores do NT não se preocupam com o uso da mesma terminologia (cf. Lc. 19:11 [futuro]; 11:20 [presente]).
4] É melhor pensar em um só programa em duas fases e não dois programas distintos. O reino tem uma fase futura (Lc. 19:11; At. 14:22; Ap. 11:15) e presente (Jo. 3:1-15; Cl. 1:13). Assim, se é o mesmo reino, ele não foi não foi adiado, mas antecipado.
4] A presença do reino hoje não elimina a distinção entre Israel e a Igreja. Temos o cumprimento inicial na Igreja e sua consumação com Israel. O Israel étnico não foi completamente excluído, somente deixado de lado temporariamente. A promessa, contudo, ainda está viva (cf. Rm. 11:17-24).
5] Alguns têm questionado a presença do reino, pois todo reinado exige uma regência. Algumas questões devem ser consideradas:
a] Exercício do reino exige uma presença de uma regência coercitiva?
b] Deve-se subjugar todos os inimigos para se ter um regência?
c] Sobre o exercício corrente do reinado de Cristo cf. 1Co. 15:25: “Porque convém que reine (basileuo – tempo presente) "até" que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés”.
d] Não há necessidade de uma terminologia específica. O reino pode ser referido sem o uso de vocábulos, por exemplo, derivado da raiz de basile,ia. Por exemplo, Ez. 34:23-24 faz uma ligação entre o pastorado e o reinado (cf. Mq. 5:2-4). Quando o NT usa o termo “messias” para o Senhor Jesus, há uma dimensão real (cf. Rm. 1:2-4; Ef. 1:19-23). Além dessas razões, Bock acredita que Cristo não é chamado de rei para não encorajar uma escatologia super-realizada (cf. 1Co. 4:8-13).
PASSAGENS CHAVES SOBRE A ALIANÇA DAVÍDICA.
Lucas. 1:67-79
As alianças Davídica e Abraâmicas são tratadas juntas aqui. A visita de Deus consiste:
a. Na defesa de Deus dos inimigos do seu povo e a condição do seu povo o servi-Lo (vv. 74-75).
b. A presença de uma luz de salvação tirando o povo da escuridão e da morte (vv. 78-79).
Para Bock, o hino serve como uma introdução ao ensino do evangelho de Lucas. Deve-se ler o restante do evangelho para ver o ponto e escopo da introdução. A leitura revelará que os inimigos não devem ser definidos somente como os romanos, mas como as forças espirituais que estão por trás deles.
Matheus 3:1-12
O texto nos apresenta o indicador da chegada do reino. A forma de sabermos que o reino dos céus veio é a presença de alguém mais poderoso que João. Esse, por sua vez, batizará com o Espírito Santo (cf. At. 11:15-17; Jo. 3). Assim como no hino de Zacarias, a esperança davídica e abraâmica são ligadas. O anuncio de João uniu as alianças davídica (rei e reino) e nova (Espírito Santo).
Lucas 24:43-49 e Atos 2:14-39.
A obra mediadora de Cristo em enviar o Espírito é evidência de que Ele está sentado no trono prometido a Davi, excedendo autoridade messiânica e regência. Tentar distinguir tronos é ignorar o fato de que a Bíblia também descreve o trono terreno de Salomão com o trono do Senhor (1Cr. 29:23). Assim o trono do Pai não é um trono celeste; nem o trono de Davi precisa ser um trono terreno. A significância do trono não é uma questão de localização, mas de função.
Autoridade real é o que Pedro tem em mente quando trata do Senhor Jesus. Todos os textos citados são reais, messiânicos, ou textos dos “últimos dias”.
Atos 13:15-39
1] Parece razoável pensar que Paulo pregou sobre o reino já que o “reino” é o sumário de suas pregações no livro de Atos (cf. At. 19:8; 20:25; 28:23, 31).
2] A frase "achei Davi” vem do Sl. 89:20 (LXX 88:20), o maior salmo sobre o compromisso de Deus feito a Davi.
3] Paulo está pregando a realização corrente do reino prometido a Davi. O tempo perfeito do verbo “cumprir” no v.33 fala de uma condição existente de cumprimento em resultado da atividade de Deus em Cristo. O que Deus fez foi o cumprimento e os efeitos são presentes.
4] É uma mensagem para “Israel”. Não há indicação de mudanças no programa de Deus. Paulo está pregando para Israel acerca de Jesus como cumprimento da promessa messiânica.
“A exegese cristã deve permitir ao Novo Testamento interpretar o AT… Essa abordagem à interpretação bíblica permite que a revelação conclusiva de Deus no Novo Testamento interprete autoritativamente a revelação incompleta no Antigo”[1]. Essa é abordagem tradicional da Teologia das Alianças. É dito, por exemplo, que Pedro inspirado por Deus “transferiu o trono de Davi Jerusalém-Sião (Sl. 110:2) – para o céu”[2]. Para Elliott Johnson essa é uma outra forma de dizer que o NT [re]interpreta (ou muda) o AT[3]. Ladd, por exemplo, só acredita em um milênio devido sua leitura neotestamentária (especificamente Ap. 20 e Rm. 11:26) e não devido a interpretação literal das promessas feitas no AT referentes a um reino terreno[4].
Dentro dessa escola, há o grupo do sensus plenior. Para esses o NT “nos possibilita obter um ‘sentido mais completo’ […] do texto veterotestamentário, o que não era possível aos autores humanos do AT pretenderem, tampouco compreenderem”[5]. Assim, “o autor humano nem sempre compreendia completamente […] a referência profética”[6].
B. O ANTIGO INTERPRETA O NOVO
O dispensacionalismo é o grande nome dessa abordagem. Porém, pela própria natureza dessa escola hermenêutica, há muita variação. Aqui queremos considerar suas duas grandes vertentes: o dispensacionalismo tradicional ou clássico (Alguns representantes: Charles C. Ryrie, Thomas Ice, Elliott E. Johnson) e o progressivo (Darrell L. Bock, C. A. Blaising, Robert Saucy).
No Dispensacionalismo tradicional o AT tem a prioridade. “As passagens do Antigo Testamento são deixadas intactas pelo Novo Testamento”[7]. “O aumento não se dá à custa da promessa original”[8]. Por exemplo, para esses, as Alianças Davídica e Nova não foram cumpridas no NT exatamente porque não temos a aplicação nos termos do AT. Nas palavras de John R. Master: “Se a nova aliança de Jeremias 31:31-34 promete a certeza de obediência experimental aos mandamentos de Deus (‘Torah’), porque Paulo continua a experimentar o pecado (1Tm.1:15; cf. Fp. 3:12)?”[9].
Dispensacionalismo Progressivo: O diferencial dessa abordagem está em reconhecer que “o Novo Testamento introduz mudança e avanço; Ele não simplesmente repete a revelação do Antigo Testamento. Ele faz adições complementares, porém, ele não lança ao mar as antigas promessas[10]. Em sua defesa os progressivos dizem que “É essa manutenção do significado [no Antigo Testamento] que dá estabilidade a abordagem”[11]. “Não há substituição de significados, somente acréscimo de um novo cenário o qual ele também se aplica”[12].
Exemplificando: Um exemplo muito usado é o do “Trono de Davi”. No AT temos uma dimensão terrena, já no NT (especificamente At. 2:30) temos uma dimensão celestial. O dispensacionalista tradicional diria que a Aliança Davídica não foi cumprida, pois o que Atos nos apresenta não se encaixa com o contexto e/ou com os termos do AT. O progressista, por outro lado, diria que a dimensão celestial é um novo elemento[13] do progresso da revelação. O progressista ainda diria que “devemos ser sensíveis ao lermos ambos os Testamentos de uma forma que honre cada contexto e unifique-os canonicamente de forma que faça sentido a sua expressão orginal[14]. Para o progressista “uma leitura normal e complementar do contexto do Novo Testamento introduz uma nova nota de continuidade no progresso da revelação sem resultar numa alteração do significado último das passagens do Antigo Testamento”[15]. Na hermenêutica progressista não podemos fechar a questão das Alianças antes que o tema seja completamente desenvolvido[16]. É por isso que a denominaram de “hermenêutica completar”[17].
AS ALIANÇAS: CONTEÚDO, RELAÇÃO ENTRE ELAS E CUMPRIMENTO.
Aliança Abraâmica: Entre os capítulos 12 a 15 de Gênesis temos oito promessas. São elas: (1) uma descendência (semente); (2) bênção para Abraão; (3) Um grande nome para Abraão; (4) bênção ou maldição para aqueles que abençoarem ou amaldiçoarem Abraão; (5) bênção para as famílias da terra através de Abraão; (6) terra para a descendência de Abraão; (7) Deus será o Deus do seu povo; (8) reis serão descendentes de Abraão.
Aliança Davídica (2Sm. 7): Embora o termo aliança (tyrIB.) não apareça na passagem, referências posteriores referem-se a ela dessa forma (cf. 2Sm. 23:5; 2Cr. 13:5; Sl. 89:3). O Senhor lhe promete: (1) um grande nome (2Sm. 7:9); (2) Davi estabelecerá um lugar de repouso para a nação (vv. 10-11); (3) haverá uma descendência que reinará depois de sua morte (vv. 11b-13). (4) o relacionamento de Deus para com o rei nesta dinastia é especial, é um relacionamento de pai e filho (vv. 14-15). (5) é assegurado que essa linhagem e seu trono permanecerão para sempre (vv.16)[18].
A Nova Aliança (Jr. 31:31-34): Há três elementos importantes nessa aliança: (1) a aliança foi feita com Judá e Israel. Deus restaurará a nação completamente; (2) Essa aliança é diferente da aliança feita com Moisés; (3) essa aliança visa a transformação e restauração do relacionamento (perdão e acesso direto ao conhecimento de Deus).
A relação entre as Alianças
A promessa de uma grande nação implica na necessidade de terra (Abraâmica), de um líder (Davídica). E para experimentar as bênção do Reino Messiânico o povo precisava obedecer a Deus (cf. Dt. 27-30). A necessidade de bênçãos e obediência é garantida na Nova Aliança[19]. Assim, as alianças são complementares.
O CUMPRIMENTO DA ALIANÇA DAVÍDICA E A ATIVIDADE MESSIÂNICA DE CRISTO[20].
As divergências sobre o reino são várias. As principais são: A natureza do reino (político? espiritual? Político-espiritual?); sua vinda (vem em fases? já veio? Ainda virá? Veio e virá?), sua relação com Israel (Deus vai tratar futuramente com um Israel ético? Israel espiritual? ) e sua relação com a Igreja (o reino é o mesmo que igreja? Se manifesta na igreja? A igreja é somente sua porta de entrada?).
Observaremos duas questões básicas sobre o reino:
1] As declarações do Senhor Jesus acerca do mistério do Reino nas parábolas de Mt. 13, Mc. 4, Lc. 8:4-15 fazem referência a um novo (e distinto) programa de reino ou esses mistérios fazem parte de um desenvolvimento revelacional de um único programa já existente e prometido?
2] O reino (ou reinos) é espiritual, político ou ambos?
Para responder essas questões precisamos de uma definição de Reino e algumas expressões de grande valor hermenêutico como “cumprimento”, por exemplo. Segue alguns princípios esclarecedores:
1] Sobre cumprimento: Este autor entende que a sinalização do cumprimento de uma aliança não exige a presença de todos os elementos a ela ligados. Se houver de um apelo à linguagem das alianças e provisões de suas promessas, temos o início de cumprimento.
2] As declarações neotestametárias sobre a “chegada” ou “proximidade” do reino não pode ser inteiramente aplicada ao reino teocrático ou a soberania universal de Deus (e.g., dispensacionalismo), pois o reino tem sempre existido (Sl. 145:10-13), enquanto o Novo Testamento proclama um reino que não existia previamente.
3] A distinção entre os “reinos” presente e futuro como se tratando de duas esferas ou entidades distintas é problemática visto que os autores do NT não se preocupam com o uso da mesma terminologia (cf. Lc. 19:11 [futuro]; 11:20 [presente]).
4] É melhor pensar em um só programa em duas fases e não dois programas distintos. O reino tem uma fase futura (Lc. 19:11; At. 14:22; Ap. 11:15) e presente (Jo. 3:1-15; Cl. 1:13). Assim, se é o mesmo reino, ele não foi não foi adiado, mas antecipado.
4] A presença do reino hoje não elimina a distinção entre Israel e a Igreja. Temos o cumprimento inicial na Igreja e sua consumação com Israel. O Israel étnico não foi completamente excluído, somente deixado de lado temporariamente. A promessa, contudo, ainda está viva (cf. Rm. 11:17-24).
5] Alguns têm questionado a presença do reino, pois todo reinado exige uma regência. Algumas questões devem ser consideradas:
a] Exercício do reino exige uma presença de uma regência coercitiva?
b] Deve-se subjugar todos os inimigos para se ter um regência?
c] Sobre o exercício corrente do reinado de Cristo cf. 1Co. 15:25: “Porque convém que reine (basileuo – tempo presente) "até" que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés”.
d] Não há necessidade de uma terminologia específica. O reino pode ser referido sem o uso de vocábulos, por exemplo, derivado da raiz de basile,ia. Por exemplo, Ez. 34:23-24 faz uma ligação entre o pastorado e o reinado (cf. Mq. 5:2-4). Quando o NT usa o termo “messias” para o Senhor Jesus, há uma dimensão real (cf. Rm. 1:2-4; Ef. 1:19-23). Além dessas razões, Bock acredita que Cristo não é chamado de rei para não encorajar uma escatologia super-realizada (cf. 1Co. 4:8-13).
PASSAGENS CHAVES SOBRE A ALIANÇA DAVÍDICA.
Lucas. 1:67-79
As alianças Davídica e Abraâmicas são tratadas juntas aqui. A visita de Deus consiste:
a. Na defesa de Deus dos inimigos do seu povo e a condição do seu povo o servi-Lo (vv. 74-75).
b. A presença de uma luz de salvação tirando o povo da escuridão e da morte (vv. 78-79).
Para Bock, o hino serve como uma introdução ao ensino do evangelho de Lucas. Deve-se ler o restante do evangelho para ver o ponto e escopo da introdução. A leitura revelará que os inimigos não devem ser definidos somente como os romanos, mas como as forças espirituais que estão por trás deles.
Matheus 3:1-12
O texto nos apresenta o indicador da chegada do reino. A forma de sabermos que o reino dos céus veio é a presença de alguém mais poderoso que João. Esse, por sua vez, batizará com o Espírito Santo (cf. At. 11:15-17; Jo. 3). Assim como no hino de Zacarias, a esperança davídica e abraâmica são ligadas. O anuncio de João uniu as alianças davídica (rei e reino) e nova (Espírito Santo).
Lucas 24:43-49 e Atos 2:14-39.
A obra mediadora de Cristo em enviar o Espírito é evidência de que Ele está sentado no trono prometido a Davi, excedendo autoridade messiânica e regência. Tentar distinguir tronos é ignorar o fato de que a Bíblia também descreve o trono terreno de Salomão com o trono do Senhor (1Cr. 29:23). Assim o trono do Pai não é um trono celeste; nem o trono de Davi precisa ser um trono terreno. A significância do trono não é uma questão de localização, mas de função.
Autoridade real é o que Pedro tem em mente quando trata do Senhor Jesus. Todos os textos citados são reais, messiânicos, ou textos dos “últimos dias”.
Atos 13:15-39
1] Parece razoável pensar que Paulo pregou sobre o reino já que o “reino” é o sumário de suas pregações no livro de Atos (cf. At. 19:8; 20:25; 28:23, 31).
2] A frase "achei Davi” vem do Sl. 89:20 (LXX 88:20), o maior salmo sobre o compromisso de Deus feito a Davi.
3] Paulo está pregando a realização corrente do reino prometido a Davi. O tempo perfeito do verbo “cumprir” no v.33 fala de uma condição existente de cumprimento em resultado da atividade de Deus em Cristo. O que Deus fez foi o cumprimento e os efeitos são presentes.
4] É uma mensagem para “Israel”. Não há indicação de mudanças no programa de Deus. Paulo está pregando para Israel acerca de Jesus como cumprimento da promessa messiânica.
CONCLUSÃO: Os textos nos revelam que existe um portador de autoridade (Jesus), um reino (povo preparado por Deus) e um exercício de autoridade (o dom do Espírito Santo). Certamente o reino apresentado no NT não cumpri as profecias do AT exata e completamente em seus termos. Isso, contudo, não elimina sua existência e o início do cumprimento. Jesus antecipou Seu reino e o trará no futuro.
[1] ICE, Thomas. Dispensational Hermeneutics em WILLIS, Wesley R. & MASTER, John (eds.) Issues in Dispensationalism. Chicago: Mood Press, 1994, pp. 38-9 (negrito nosso).
[2] LADD, George Eldon. Pré-Milenismo Histórico em CLOUSE, Robert G. Milênio: significado e interpretações. Campinas: Luz para o Caminho, 1990, p. 30
[3] JOHNSON, Elliott E. Prophetic Fulfillment: The Already and Not Yet em WILLIS, Wesley R. & MASTER, John (eds.) op. cit., p.191.
[4] cf. LADD George Eldon. op. cit., p. 26
[5] KAISER, Walter Jr. Hermenêutica Legítima em GEISLER, Norman (org.). Inerrância: uma sólida defesa da infalibilidade das Escrituras. São Paulo: Editora Vida, 2001, p. 165 (itálico nosso).
[6] BOCK, Darrell L. Evangelicals and the Use of the Old Testament in the New part 1, BSac 142:567 (Jul 85) p. 213 (itálico nosso).
[7] ICE, Thomas. op. cit., p. 38 (itálico nosso).
[8] BLAISING & BOCK, Dispensacionalism, Israel, and the Church: Assessment and Dialogue. p. 393 apud. WILLIS, Wesley R. & MASTER, John (eds.) op. cit., p. 38.
[9] MASTER, John R. The New Covenant em WILLIS, Wesley R. & MASTER, John (eds.) op. cit., p. 102.
[10] BLAISING & BOCK, Darrell L. Dispensacionalism, Israel, and the Church: Assessment and Dialogue. P. 393 apud. BOCK, Darrell L., Hermeneutics of Progressive Dispensationamism em BATEMAN, Hebert W. IV, Three Central Issues in Contemporary Dispensationalism: a comparison of traditional and Progressive Views. Grand Rapids: Kregel Publications, 1999, p.90.
[11] BOCK, Darrell L. em BATEMAN, Hebert W. IV, op. cit., p.90.
[12] Ibid., p.91 (itálico nosso).
[13] Não é o mesmo que sensus plenior.
[14] BOCK, Darrell L. em BATEMAN, Hebert W. IV, op. cit., p. 93.
[15] Ibid., p.97 (itálico nosso).
[16] Ibid., p.190.
[17] WILLIS, Wesley R. & MASTER, John (eds.) op. cit., p. 38.
[18] Os salmos contribuem muito para entendermos essa aliança. São vários os temas (1) o alcance internacional da vitória do rei (Sl. 2:8-12; 78:8-12; 89:25, 27; 110:2-6; 132:18), (2) a extensão da sua soberania (Sl. 2:8 89:25-27); (3) justiça do seu reinado em benefício do seu povo (Sl. 45:3-5; 72:2-4, 12-16); (4) caráter eterno do seu reinado (89:4, 28, 36-38; 110:4). cf. Darrell L. Bock, Covenants in Progressive Dispensacionalism em Three Central Issues p.185.
[19] ICE, Thomas. op. cit., p. 38.
[20] Estruturado de BOCK, Darrell L. Current Messianic Activity and OT Davidic Promise: Dispensationalism, Hermeneutics, and NT Fulfillment. 2002. Trinity Journal Volume 15.
Rômulo,
ResponderExcluirDei uma olhada rápida e apreciei.
Não tenho coragem de esfaquiar, sangraria eu mesmo.
Pr, como o sr encara o NT em relação a Israel?
ResponderExcluirÉ um parentesis?
Ou Deus irá cumprir suas promessas a Israel porque Israel faz parte da Igreja?
O Sr afirmaria que a Igreja seria um Israel espiritual, tendo em vista que promessas feitas a Israel se cumprem na Igreja?
Grande abraço,
o sr e pr Roque são meus mestres nesse assunto.
Bem Neto, a questão não é simples. Certamente não responderei satisfatoriamente. Mas, vamos lá.
ResponderExcluirBem, primeiramente não gosto da expressão "parêntese". Dá uma idéia de "plano B". Mas entendo quando "alguns" colegas usam tal terminologia. O fato é que o plano de Deus está se desenrolando "sem interrupções" e "parêntese" não soa como "continuidade".
Quanto à questão das promessas, gosto de dizer que Deus tem "um" só povo. A forma como Ele lida com esse povo na história se dá por "agentes" diferentes. Durante muito tempo Deus lidou com as nações através de um outro povo - Israel, seu agente (nação sacertode). Ninguém diria que estrangeiros não faziam parte do "povo de Deus".
Hoje Ele lida com Seu povo através da Igreja. Assim, ao mesmo tempo que são instituições distintas, elas lidam com "o mesmo povo" - o povo de Deus.
Assim, haverá tanto elementos "comuns" como "distintos" entre as duas instituições. Os dispensacionalistas clássicos enfatizam as diferenças e o aliancista (reformado) enfatiza os elementos comuns. Não nego as distinções, nem as semelhanças, pois a Bíblia apresenta assim. É dialético, mas é assim. É bíblico. Devemos apresentar as coisas como a Bíblia apresenta.
Não chamaria a Igreja de "Israel espiritual", pois isso eliminaria a "literalidade" de todas as promessas feitas a Israel (nação).
A relação entre essas duas instituições é descrita em Romanos 9-11. Lá fica claro que uma dá lugar a outra "na história", ou seja, elas não "coexistem historicamente". Porém os benefícios de um ou outro não aluna o outro. As promessas dadas a Israel, por exemplo, visavam beneficiar todas as nações.
Qualquer dúvida, escreve....Abração
Pastor Rômulo,
ResponderExcluirMuito esclarecedor esse artigo. Vai suprindo a nossa carência de informação sobre a perspectiva progressiva.
Gostaria de pedir sua autorização para publicar este artigo em meu blog recém-nascido http://escatologia-hoje.blogspot.com/
Um abraço.
Fica à vontade homem. Pode usar o material. Abração!!
ResponderExcluirPastor Rômulo Monteiro. Gostei de ler vários de seus comentário e os achei muito incisivos! Parabéns por sua postura! Deus o preserve assim.
ResponderExcluirComo sua pessoa é sempre aberta a um diálogo sadío e edificante, e sempre analisa e responde consideraçãoes mesmo contrárias ao seu entendimento.
Só agora estou usando essa ferramenta digital maravilhosa.Daí, demorar tanto tempo para postar um comentário. Pastor Rômulo, não consigo encontrar uma explicação para o fato de pessoas conhecedoras do conteúdo bíblico, ainda alegam que o atual Israel é uma nação Santa, separada e povo formado por Filhos de Deus. Afirmam que das promessas de Deus para Israel algumas ainda estão por acontecer. Muitos, dizem que a criação do estado Judeu em 1947 era parte das promessas. Tudo que ocorre envolvendo Israel, logo é salientado como parte das promessas de Deus aos patriárcas Abrão, Isaque e Jacó. Somos sabedores que as promessas ocorreram nos seguites momentos: Para Abrão foi em Gênesis 13: 14 ao 17. Para Isaque Gênesis 26: 2 a 6. Para seu servo Jacó (Israel), os momentos foram em duas vezes: Gênesis 28: 13 a 15 e ainda Gênesis 35: 11 e 12. Posteriormente, estendeu a promessa até Moisés em Êxodo 6: 6-8: "Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês. então, vocês saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípicios. E os farei entrar na terra que com mão levantada, jurei que daria a Abraão, a Isaque, e a Jacó. Eu a darei a vocês como propriedade. Eu sou o Senhor".
Não lembro de ter ouvido ou lido, exceto na própria Bíblia. Que Deus, apresentou ao povo de Israel algumas exirgências que condicionariam Israel para ser seu povo. Isto é encontrado na revelação de Êxodo 19: 5 "Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações, embora toda a terra seja minha".Hoje, continuam falando quanto ao cumprimento das promessas, como se parte delas ainda fosse acontecer.Todas as promessas de Deus aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó já foram realizadas. No entanto, parece que esteja acontecendo o que disse o Senhor Jesus no evangelho de Mateus 11: 25. É como ficar oculto aos sábios o que revelou Josué em 21: 43-54 "Assim o Senhor deu aos israelitas toda a terra que tinha prometido sob juramento aos seus antepassados...(final) DE TODAS AS BOAS PROMESSAS DO SENHOR À NAÇÃO DE ISRAEL, NENHUMA DELAS FALHOU. TODAS SE CUMPRIRAM".
Josué diz ainda em 23: 14final "QUE NENHUMA DAS BOAS PROMESSAS QUE O SENHOR, O SEU DEUS, LHES FEZ, DEIXOU DE SE CUMPRIR. TODAS SE CUMPRIRAM, NENHUMA DELAS FALHOU".
Obrigado pela oportunidade de participar.
MALAQUIAS/IBANA. Que a paz do Senhor Jesus esteja em nossos corações!
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ResponderExcluirOlá Pastor, tudo bem? Relendo seu artigo e respostas aos leitores, continuo a aprender sobre as difíceis questões levantadas. Apreciei sua colocação sobre a presença do reino único em essência, mas dividido em fases. Também percebo com maior clareza a identificação que o senhor realizou entre o trono de Davi com que Cristo está assentado. São aspectos de continuidade que contribuem para um maior consenso com os de linhagem reformada. Acredito que as contribuições são de mão dupla, pois tenho visto, por exemplo, o reformado Michael Horton identificar descontinuidades em sua análise na relação entre os testamentos, o ressurgimento de uma interpretação de Rm 9-11 no meio reformado que vê a conversão futura do Israel étnico etc.
ResponderExcluirSua avaliação de Israel e Igreja como um povo dividido em duas instituições também é bastante interessante. Como o senhor falou, a questão não é simples, daí o meu desejo de contribuir com uma sugestão. Qualquer asneira que eu disser, peço que me perdoe, pois sou leigo e meu volume de leitura é muito inferior ao seu. Quero, ainda assim, me arriscar a oferecer uma possibilidade bem próxima da sua. Dentre as coisas que o senhor me ensinou, duas estão bem associadas a esse assunto e, até hoje, me fazem pensar:
1. Deus prometeu em Jr 31.31-34 que faria uma nova aliança, pois a em vigor naquele momento tinha sido quebrada. Isso fora dito para abrir meus olhos quanto a minha insistência em ver uma continuidade da aliança mosaica na nova aliança.
2. O senhor usou Ef 2 para me mostrar que a igreja não é meramente a continuação de Israel, pois o texto fala de um novo homem, sendo que, apesar da união de gentios e judeus na igreja, não é mais Israel, mas a igreja que está sendo tratada.
(continua)
Muito bem. No primeiro tópico, a lição foi aprendida. De fato, a nova aliança, apesar de ser cumprimento de tipos presentes na antiga, a substitui. Quanto ao segundo tópico, fica minha sugestão: ao invés de ver a distinção entre Israel e Igreja como instituições distintas, vejamos a Igreja como cumprimento das promessas feitas a Israel. A reestruturação de Israel à nova aliança. Por isso que a profecia sobre o derramamento do Espírito se cumpre na Igreja, pois é Israel renovado pelo cumprimento das promessas. De outro modo, pareceria que a igreja está tomando emprestado as profecias dadas a Israel, o que nesse caso, não deveria nem chamar de cumprimento, mas de uso espiritualizado para uma instituição distinta.
ResponderExcluirSe olharmos para o derramar do Espírito no pentecoste, veremos que a Igreja era constituída de judeus. Eles não estão numa instituição temporária, recebendo sobre si as promessas destinadas a outra instituição, mas, como Israel, recebendo aquilo que fora prometido.
Isso não quer dizer que não vejo a utilidade do uso do termo para Israel e Igreja como instituições de um único povo, pois compreendo que servem para assegurar o aspecto profético direcionada a Israel como nação ao mesmo tempo que vê na Igreja o cumprimento numa primeira fase, das promessas contidas no AT.
Mas, se olharmos para o batismo com o Espírito e Ef 2 ("novo homem", "um corpo", "de ambos os povos fez um só", "concidadãos"), não aparenta ser necessário a distinção de Israel da Igreja. Esta comportaria o retorno dos judeus no futuro, assim como comportou em seu início, os judeus, que eram a maioria esmagadora. Se há um plano escatológico envolvendo a nação de Israel politicamente, não rompamos a cidadania ou unidade do corpo, ou separemos novamente os gentios da comunidade de Israel para tratarmos escatologicamente com essa nação.
Se já estamos sendo governados por Cristo assentado no trono de Davi, vejamos Cristo continuar a governar sua igreja assentado num trono terreno num futuro escatológico. Ser igreja é tudo que Israel anseia, sem abrir mão de manter-se como nação. Senão vejamos: foi pela igreja que Cristo deu sua vida (essa é a instituição da nova aliança), nela pertencemos ao corpo de Cristo, a ela é prometido que seríamos preservados na tribulação (ainda que martirizados, prevaleceremos).
Minha intenção não é refutar sua perspectiva, ainda que fosse, não a teria refutado, pois, depois de tudo que apresentei, vejo que as distinções que o senhor apontou entre Israel e Igreja podem permanecer, só quis sugerir um caminho possível de enxergar o povo de Deus na nova aliança. Concluo com isso uma coisa: apesar das diferenças, nossas posições estão muito próximas. Ainda que haja duas instituições, o povo é único e existe continuidade real no plano de Deus.
Agradeço pelo diálogo, ainda que meu desejo seja de trocar muito mais ideias com o senhor como já externei em outros momentos.
Grande abraço.