Interpretar nada mais é do que traduzir às nossas categorias de pensamento (raciocínio) o que acontece à nossa volta. É compreender a realidade. Essa é, por conseguinte, uma atividade e/ou experiência intuitiva e/ou inata do ser humano. Em outras palavras, antes de ser um método ou sistema, hermenêutica é um exercício de existência, pois viver é interpretar. Aplicada às Escrituras, portanto, podemos assegurar que a interpretação bíblica é tão antiga quanto a própria.
Depois de adentrar os portões do seminário (academia), não demora muito para que a nuança “existencial-intuitiva” ou pré-teórica da hermenêutica aplicada às Escrituras seja substituída pelo método hermenêutico. Na experiência pós-seminário, hermenêutica tem nome e é teorizada – é um método. A mudança se dá primeiramente na conscientização de sua existência e, posteriormente, na apresentação dos pressupostos ou paradigmas interpretativos1. Trata-se, pois, de um processo de desconstrução e construção de uma cosmovisão. Os professores buscam conscientemente desconstruir os vícios interpretativos (e.g., leitura a esmo; desrespeito ao contexto; tendências místicas) e tentam construir uma disciplina interpretativa (e.g., respeito à gramática, conhecimento do background histórico, análise lexical).
Esse pequeno artigo visa desafiar professores e alunos a arrazoar sobre o processo de desconstrução e construção de uma cosmovisão hermenêutica aplicada às Escrituras a fim de desafiá-los a evitar a “idolatria do método” bem como seus ameaçadores frutos (e.g., pedantismo, ignorância do papel do Espírito Santo na interpretação bíblica, carência de piedade).
1 CONSTRUINDO E DESCONSTRUINDO UMA COSMOVISÃO.
O conceito “cosmovisão”2 não nasceu na tradição reformada, nem nos círculos protestantes3. James Orr (1844-1913)4 e Abraham Kuyper5 (1837-1920) foram os primeiros a utilizarem formalmente a expressão em um contexto cristão-reformado. Segundo Fabiano Oliveira, cosmovisão é:
Esse pequeno artigo visa desafiar professores e alunos a arrazoar sobre o processo de desconstrução e construção de uma cosmovisão hermenêutica aplicada às Escrituras a fim de desafiá-los a evitar a “idolatria do método” bem como seus ameaçadores frutos (e.g., pedantismo, ignorância do papel do Espírito Santo na interpretação bíblica, carência de piedade).
1 CONSTRUINDO E DESCONSTRUINDO UMA COSMOVISÃO.
O conceito “cosmovisão”2 não nasceu na tradição reformada, nem nos círculos protestantes3. James Orr (1844-1913)4 e Abraham Kuyper5 (1837-1920) foram os primeiros a utilizarem formalmente a expressão em um contexto cristão-reformado. Segundo Fabiano Oliveira, cosmovisão é:
[…] um conceito que indica, primordialmente, a orientação fundamental do coração, que se manifesta na integralidade da experiência humana através da apreensão pré-discursiva, tácita e abrangente da realidade, configurando um campo hermenêutico de significado por meio da qual a vida-no-mundo é interpretada imediata e intuitivamente, podendo ser articulada discursivamente através de conceitos e sistemas teóricos de pensamento6.
Sobre o processo de formação ou construção de uma cosmovisão (nosso foco nessa obra), Fabiano nos ajuda:
Qualquer análise do processo de assimilação de percepções de mundo, por parte de indivíduos e suas respectivas conseqüências, jamais será bem sucedida a não ser que leve em consideração a importância da relação dialética entre, por um lado, a estrutura de condicionamento do eu humano, e, por outro, o caráter moldador do contexto histórico-social7.
Em outras palavras, nossa cosmovisão é o produto do nosso coração pecaminoso e apóstata somado às estruturas psíquico-sociais e histórico-culturais (e.g., educação [formal, e principalmente familiar nos primeiros anos de vida], cultura regional, relacionamentos, meios de comunicação). O relacionamento dessas duas nuanças (interna e externa) da construção da cosmovisão humana deve ser entendido como camadas sobrepostas. O coração (substrato interno da existência humana) é a matriz primordial seguida das camadas supracitadas.
Pressupondo uma antropologia bíblica, o homem, devido ao pecado, conseqüentemente, não interpreta a vida de forma neutra ou vazia como se fosse, nas palavras do empirista inglês John Lock, uma tabula rasa. Pelo contrário, o coração humano é religioso por natureza e após a queda esse coração continua sendo para-Deus, porém em rebelião.
As Escrituras nos revelam que essa esfera ou dimensão que chamamos de “coração” é a mais profunda do nosso ser (self), e por isso, inacessível a toda forma de análise ou procedimento de sondagem empírica (cf. Sl. 139.23, 24; Jr. 17.10). O acesso só se dá pela Palavra através do Espírito (1Co. 2.13-15; Hb. 4.12). A mudança radical de uma cosmovisão, portanto, é o que a Escritura chama de “regeneração” (Jo. 3.3,4; Tt. 3.5). Esse processo, entretanto, não finda; antes, segue uma progressão de mudanças chamadas de “santificação” (aspecto positivo) ou apostasia (aspecto negativo tomado aqui em vários graus). Nossa cosmovisão, portanto, ainda não é perfeita. Na verdade, ela está em constante transformação. E ainda há a possibilidade do coração regenerado voltar-se contra seu criador. Ainda somos pecadores e, por isso, sujeitos ao caráter moldador tanto do coração como do processo de construção psíquico-social e histórico-cultural (o mundo). É imperativo, por conseguinte, cultivar uma cosmovisão genuinamente cristã. Wolters nos alerta para essa realidade:
Pressupondo uma antropologia bíblica, o homem, devido ao pecado, conseqüentemente, não interpreta a vida de forma neutra ou vazia como se fosse, nas palavras do empirista inglês John Lock, uma tabula rasa. Pelo contrário, o coração humano é religioso por natureza e após a queda esse coração continua sendo para-Deus, porém em rebelião.
As Escrituras nos revelam que essa esfera ou dimensão que chamamos de “coração” é a mais profunda do nosso ser (self), e por isso, inacessível a toda forma de análise ou procedimento de sondagem empírica (cf. Sl. 139.23, 24; Jr. 17.10). O acesso só se dá pela Palavra através do Espírito (1Co. 2.13-15; Hb. 4.12). A mudança radical de uma cosmovisão, portanto, é o que a Escritura chama de “regeneração” (Jo. 3.3,4; Tt. 3.5). Esse processo, entretanto, não finda; antes, segue uma progressão de mudanças chamadas de “santificação” (aspecto positivo) ou apostasia (aspecto negativo tomado aqui em vários graus). Nossa cosmovisão, portanto, ainda não é perfeita. Na verdade, ela está em constante transformação. E ainda há a possibilidade do coração regenerado voltar-se contra seu criador. Ainda somos pecadores e, por isso, sujeitos ao caráter moldador tanto do coração como do processo de construção psíquico-social e histórico-cultural (o mundo). É imperativo, por conseguinte, cultivar uma cosmovisão genuinamente cristã. Wolters nos alerta para essa realidade:
[…] os cristãos devem constantemente checar a sua cosmovisão à luz das Escrituras, por que a falha em fazer isso produz uma inclinação poderosa de apropriação das crenças, mesmo das básicas, de uma cultura que tem se secularizado a uma velocidade tremenda por gerações8.
Wolters nos alerta para a necessidade de uma constância na análise de nossa cosmovisão devido ao fato de que podemos estar nos apropriando de valores anti-bíblicos. Essa análise, por sua vez, deve ser realizada em ambas as esferas: interna (âmbito do coração, individual-subjetivo), e externa (o mundo-objetivo).
Aonde entra o seminário nesse processo? Primeiramente conscientizando a existência do processo de formação (construção e desconstrução) da cosmovisão. Ou seja, apresentado as várias cosmovisões, suas relações, bem como evitando uma postura de “separatismo monastérico” ou “gueto eclesiástico” e, por outro lado, repugnando qualquer tipo de síntese9. Segundo, orientando os alunos no uso da Palavra, pois é através dela que as mudanças mais profundas na cosmovisão acontecem. Talvez os mestres não tenham noção de como os seminários são grandes construtores e destruidores de cosmovisões. Aqui, chegamos a um ponto importante: Como o seminário tem ensinado seus alunos a ver a Escritura? Até que ponto nossa forma de vê-la é fruto de uma cosmovisão bíblica? E, principalmente, o que acontece nesse processo de conscientização do método? O que é desconstruído e construído?
Aqui se faz necessário uma palavra sobre a metodologia hermenêutica clássica – a chamada escola histórico-gramatical. É exatamente essa metodologia que tanto será pressuposta como ensinada teoricamente nos seminários conservadores. Tomemos as palavras de F. F. Bruce sobre o método:
Aonde entra o seminário nesse processo? Primeiramente conscientizando a existência do processo de formação (construção e desconstrução) da cosmovisão. Ou seja, apresentado as várias cosmovisões, suas relações, bem como evitando uma postura de “separatismo monastérico” ou “gueto eclesiástico” e, por outro lado, repugnando qualquer tipo de síntese9. Segundo, orientando os alunos no uso da Palavra, pois é através dela que as mudanças mais profundas na cosmovisão acontecem. Talvez os mestres não tenham noção de como os seminários são grandes construtores e destruidores de cosmovisões. Aqui, chegamos a um ponto importante: Como o seminário tem ensinado seus alunos a ver a Escritura? Até que ponto nossa forma de vê-la é fruto de uma cosmovisão bíblica? E, principalmente, o que acontece nesse processo de conscientização do método? O que é desconstruído e construído?
Aqui se faz necessário uma palavra sobre a metodologia hermenêutica clássica – a chamada escola histórico-gramatical. É exatamente essa metodologia que tanto será pressuposta como ensinada teoricamente nos seminários conservadores. Tomemos as palavras de F. F. Bruce sobre o método:
Cada documento bíblico e cada parte dele devem ser estudados no seu contexto –tanto o contexto literário imediato quanto a situação mais ampla em que apareceu. Isso exige uma compreensão de: 1) idiomas bíblicos […]; 2) Os tipos de literatura representados […]; 3) O pano de fundo histórico […]; 4) As condições geográficas […] 5) O contexto da vida10.
Gordon Fee explica o porquê da designação “histórico” e “gramatical”:
“Bíblia é Palavra de Deus outorgada em palavras humanas, na História […] aquelas própria palavras foram condicionadas pela cultura, contexto e padrões e padrões lingüísticos do autor. A palavra eterna de Deus foi falada em momentos historicamente particulares”11.
Nicodemus nos alerta para a importância de um método: “É sabido e reconhecido, nas mais diversas áreas do conhecimento, que a escolha de um método já determina, por antecipação, a extensão e o tipo de resultados da pesquisa”12.
Uma das grandes vantagens desse método, presente logo cedo na igreja e ratificado na reforma13, são seus pressupostos, valores e alvos: 1) autoridade da Escritura (inspiração e inerrância); 2) a existência e possibilidade de entendimento do significado14 do texto (fugindo do agnosticismo lingüístico ou do subjetivismo da nova Hermenêutica15); 3) reconhecimento da dimensão divina (história e gramática) e humana das Escrituras.
É exatamente no processo de transmissão desses valores que o aluno pode confundir o valor método – algo específico (e.g., concepção de história, abordagem lexical, gramática) com o valor de seus pressupostos gerais16 (e.g., valorização das Escrituras). Não que um não esteja ligado ao outro, mas ele, o aluno, pode ignorar a possibilidade real de não haver uma sincronia exata entre seus pressupostos e seus métodos. Um pressuposto geral como autoridade ou a possibilidade de significado, por exemplo, exige um método, mas não necessariamente é assim que vai acontece. Ou seja, eu posso ter um método diferente de alguém que tem os meus mesmos pressupostos. Se o aluno confundir o valor de seu método com o valor dos seus pressupostos, ele nunca avaliará o método, porque, para ele, avaliar o método seria o mesmo que avaliar a própria autoridade Palavra (pressuposto). Portanto, quando afirmo que um aluno não pode confundir um método com os pressupostos, quero dizer que ele deve está sempre questionando seu método na luta de aproximá-lo ao máximo dos seus pressupostos.
Uma das grandes vantagens desse método, presente logo cedo na igreja e ratificado na reforma13, são seus pressupostos, valores e alvos: 1) autoridade da Escritura (inspiração e inerrância); 2) a existência e possibilidade de entendimento do significado14 do texto (fugindo do agnosticismo lingüístico ou do subjetivismo da nova Hermenêutica15); 3) reconhecimento da dimensão divina (história e gramática) e humana das Escrituras.
É exatamente no processo de transmissão desses valores que o aluno pode confundir o valor método – algo específico (e.g., concepção de história, abordagem lexical, gramática) com o valor de seus pressupostos gerais16 (e.g., valorização das Escrituras). Não que um não esteja ligado ao outro, mas ele, o aluno, pode ignorar a possibilidade real de não haver uma sincronia exata entre seus pressupostos e seus métodos. Um pressuposto geral como autoridade ou a possibilidade de significado, por exemplo, exige um método, mas não necessariamente é assim que vai acontece. Ou seja, eu posso ter um método diferente de alguém que tem os meus mesmos pressupostos. Se o aluno confundir o valor de seu método com o valor dos seus pressupostos, ele nunca avaliará o método, porque, para ele, avaliar o método seria o mesmo que avaliar a própria autoridade Palavra (pressuposto). Portanto, quando afirmo que um aluno não pode confundir um método com os pressupostos, quero dizer que ele deve está sempre questionando seu método na luta de aproximá-lo ao máximo dos seus pressupostos.
Ilustraremos com o aspecto lingüístico (gramatical): Dentro do método histórico-gramatical há outras metodologias de abordagem; e uma delas é o estudo de significado dos signos lingüísticos. Hoje, a grande maioria das ferramentas exegéticas brasileiras17 segue o método diacrônico. A metodologia é a seguinte: estuda-se primeiramente a etimologia da palavra; essa segue um panorama histórico (diacrônico) dos significados. Assim, no caso das palavras gregas, observamos primeiramente seu uso no grego clássico, a seguir o uso na LXX e posteriormente no NT. Esse método é positivo, pois é regido pelo pressuposto de que existe significado nos vocábulos e que podemos conhecê-lo. Seu pressuposto é bom, mas o caminho pode ter seus furos (falácias). Por exemplo: Seria pedir muito de Paulo e, principalmente dos seus leitores, que tivessem consciência desse processo histórico de significado. Não estou aqui descartando a abordagem diacrônica; certamente ela tem seu valor (principalmente no caso de palavras que não tem paralelos com documentos contemporâneos). Ambos, diacrônico e sincrônico entendem que podem chegar ao entendimento do significado de determinado vocábulo. Porém, um aluno que é apresentado ao diacrônico e o confunde com o pressuposto da autoridade, jamais abrirá a mente para outra abordagem (método). Para ele, essa é a única forma de conhecer o significado.
No processo de construção da cosmovisão hermenêutica a distinção de tratamento entre pressupostos, valores e alvos (e.g., autoridade, inerrância, existência de significado, glória de Deus) e os métodos que os colocam em prática, portanto, é importantíssima. Ressalto que a natureza dessa distinção está no tratamento. Portanto, não questiono a autoridade bíblica (pressuposto), mas posso questionar meu método. Os parágrafos que seguem explicarão a importância dessa distinção.
2 IDOLATRIA E/OU ABSOLUTIZAÇÃO METODOLÓGICA
Fabiano Oliveira nos ajuda a entender o processo de idolatria ou absolutização:
1. Divinizamos os métodos quando não reconhecemos que eles surgem imergidos em um tempo ou em um “espírito de mundo” (zeitgeist) com seus valores, que por sua vez, podem tanto ser um reflexo da graça comum (da revelação geral) quanto antíteses da revelação escrita.
2. Para o método histórico gramatical, o conhecimento dos dados históricos é de grande importância para se obter o significado. Porém, se absolutizarmos essa nuança certamente muito da Palavra não terá qualquer significado, pois carecemos de dados históricos. A autoria de muitas obras, por exemplo, é completamente desconhecida. Além disso, muitas obras não possuem um “apelo histórico de significado” (e.g., Provérbios).
3. Somos idólatras quando ignoramos tudo que está fora do método. No caso do método histórico-gramatical, podemos cair na ingenuidade e na falácia filosófica de ignorar, por exemplo, o elemento psicológico e subjetivo no processo interpretativo, pois o método parece pressupor, ou pelo menos ignora, o fato de que podemos ir ao texto de forma neutra. O fato é que não podemos ir ao texto despidos de nós mesmos (contexto histórico, interesses etc.). Harold Maré acertadamente nos alerta para o fato de que tal visão “coloca o homem vácuo mental irreal”19.
4. A idolatria metodológica também nos leva ao pedantismo, pois nos convida a uma rejeição a priori de insights de outras escolas. Nicodemus é feliz quando afirma que um bom método procura “estar sensível aos estudos modernos de ciências correlatas que podem trazer algum auxílio à interpretação do texto bíblico”20. Uma das grandes mudanças no estudo das línguas se deu devido à obra de Ferdinand de Saussure Cours de linguistique générale. Hoje, impactados por Saussure, “muitos lexicógrafos tem reconhecido a prioridade da abordagem sincrônica sobre a diacrônica”21. Porém, numa postura absolutista jamais insights como esse terão espaço na prática exegética.
5. Outra nuança desse pedantismo se dá quando o aluno começa a crer que hermenêutica é uma tarefa exclusivamente teórica. Ele esquece que a hermenêutica tem existência pré-seminário e é uma atividade pré-teórica. Viver é interpretar. O aluno, entretanto, pode confundir “consciência do método” com a “aplicação do método”. Isso, por sua vez, pode levá-lo a crer que ele faz parte da classe especial dos “detentores dos mistérios interpretativos” colocando todos os demais mortais na mesma categoria dos laicos católicos da Idade Média. O mesmo se dá, por exemplo, quando o assunto é homilética (que existe pré-seminário e, como a hermenêutica, é uma atividade pré-teórica). Muitas críticas a pregações estão ornadas de idolatria metodológica exatamente porque essas não se enquadraram na cama de Procusto do método adotado pela instituição e absolutizado (idolatrado) pelo aluno ou até mesmo pela instituição. Tomemos o método homilético de Braga22 como exemplo. Será que toda pregação do Senhor tinha uma “proposição”, uma “idéia central”, ou ainda, e principalmente, uma “sentença de transição”? É evidente que não. Basta uma lida nos Evangelhos para se concluir isso.
6. Por último, e não menos importante, o apego a uma metodologia pode negligenciar a função do Espírito Santo no processo de interpretação. O desafio do artigo está na divinização do aspecto humano da interpretação (a metodologia). Isso se dá quando não separamos os pressupostos, valores e alvos de um método com o próprio. Ou seja, quando confundimos a dimensão divina com a humana. Moisés Silva acertadamente entende que “nossa situação espiritual não tem qualquer influência sobre a precisão de nossa exegese bíblica”23. Entretanto, posteriormente ele declara:
CONCLUSÃO
O artigo é um convite à misericórdia para com aqueles que ainda não teorizaram a hermenêutica bem como um desafio à reflexão do processo de construção da hermenêutica enquanto ciência. Misericórdia, porque no processo de teorização podemos esquecer que os praticam uma hermenêutica pré-teórica podem chegar ao real encontro com Deus por meio da interpretação correta da Palavra. Primeiramente, devido a operação do Espírito Santo neles. Em segundo lugar, muito do que chamamos de análise histórico-gramatical já está embutida nas versões. Tradução é interpretação.
Quanto ao processo de construção de uma cosmovisão hermenêutica, fica o desafio de estarmos constantemente analisando nossa metodologia. A ausência dessa análise pode nos levar ou já ser o resultado de uma postura idólatra. Findo com as palavras do apóstolo João: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” 1 João 5.21.
Notas:
1 No caso dos seminários conservadores, o método seguido é o histórico-gramatical. Para um estudo histórico do método cf. LOPES, Augustus Nicodemus. A Bíblia e Seus Interpretes. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 129-157. RAMM, Bernard. Protestant Biblical Interpretation. Boston: W. A. Wilde Company, 1950. BRUCE, F. F. Interpretação da Bíblia em ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1993, v. II, p. 338.
2 Tradução da palavra alemã Weltanschauung. Trata-se de um substantivo feminino composto de duas palavras: Welt – mundo e Anschauung – concepção, intuição, percepção.
3 Para um histórico do conceito de “cosmovisão” (Weltanschauung) cf. OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. Reflexões Críticas sobre a Weltanschauung: Uma análise do processo de formação e compartilhamento de cosmovisões numa perspectiva Teo-referente. Fides Reformata XIII:1 (2008), p. 33-36.
4 Teólogo e apologeta presbiteriano escocês. Entre 1890 e 1891 desenvolveu formalmente a idéia do cristianismo como uma cosmovisão.
5 Criador e mentor do movimento neocalvinista holandês. Para Kuyper, calvinismo transcende a esfera eclesiástica, pois trata-se de um sistema de vida (cf. KUYPER, Abraham. Calvinismo: o canal em que se moveu a Reforma do século 16, enriquecendo a vida cultural e espiritual dos povos que o adotaram. O sistema que hoje a igreja cristã deve reconhecer como bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 17-47).
6 OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. op. cit., p. 35-36.
7 Ibid., p. 36-37.
8 WOLTERS, Albert M. A Criação Restaurada: base bíblica para uma cosmovisão reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. p. 17. [itálico nosso].
9 “Síntese” indica qualquer tentativa de superação da oposição entre pressupostos religiosos antitéticos (revelados e anticristãos) através da junção dos mesmos.
10 BRUCE, F. F. Interpretação Bíblica. p. 338.
11 FEE, Gordon. A História como Contexto para a Interpretação em DYCK, Elmer. Ouvindo a Deus: uma abordagem multidisciplinar da leitura bíblica. São Paulo: Shedd Publicações, 2001, p.14 [itálico nosso].
12 LOPES, Augustus Nicodemus. O dilema do método histórico-crítico na interpretação bíblica. Fides Reformata X:1 (2005), p.136 [itálico nosso].
13 Para Fee, “A grande diferença entre a igreja antiga e nós, não é […] que nós descobrimos a História, ao passo que eles não. É verdade […] que eles estavam muito mais dispostos do que nós a descobrir outros significados (FEE, Gordon. A História como contexto para a Interpretação. p. 16).
14 Para esse método o significado está na intenção do autor. Esse, pois, deve ser o alvo de todo exegeta.
15 “A nova hermenêutica derruba a rigorosa disjunção sujeito/objeto característico da antiga teoria hermenêutica. O argumento é que o interprete que aborda um texto já traz consigo certa bagagem cultural, lingüística e ética. Mesmo as perguntas que ele tenta fazer (ou deixa de fazer) sobre o texto refletem as limitações impostas por tal bagagem; de alguma forma, elas irão condicionar o tipo de „resposta‟ que pode voltar do texto e a maneira como o interprete irá compreendê-la […] Em algumas exposições da nova hermenêutica, o significado real e objetivo em um texto é uma miragem, e buscá-lo é tão útil quanto procurar uma agulha em um palheiro”. (CARSON, D. A. A Exegese e suas Falácias. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.118 [itálico nosso]).
16 Muitos desses pressupostos não são propriedades exclusivas de uma escola em particular. Muitos deles (e.g., existência e possibilidade de entendimento do significado) são derivados do bom senso, da razão e da lógica. Quanto aos pressupostos que reconhecem a autoridade da Bíblia, esses não são inerentes ao histórico-gramatical, contudo, foram ratificados por aqueles lançaram mão dos seus métodos.
17 Uma exceção seria a gramática de Daniel B. Wallace recentemente traduzida e editada pela Editora Batista Regular. Em inglês, temos um léxico orientado pelo domínio semântico. cf. LOUW, Johannes P., NIDA, Eugene A. Greek-English Lexicon of the New Testament Based on Semantic Domains. New York: United Bible Societies, 1989.
18 OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. Cosmovisão Reformada: pensando e interpretando a realidade à luz de princípios teo-referentes. In: MÓDULO DO CURSO DE MESTRADO DO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER. 2009, São Paulo, apostila. p. 101.
19 MARE, W. Harold. Guiding Principles for Historical Grammatical Exegesis. Grace Journal XIV:3 (1973) p. 14 [itálico nosso].
20 LOPES, Augustus Nicodemus. O dilema do método histórico-crítico na interpretação bíblica. Fides Reformata X:1 (2005), p.137 [itálico nosso].
21 WALLACE, Daniel B. Greek Grammar Beyond the Basics. Grand Rapids: 1996, p. 4.
22 BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. São Paulo: Editora Vida, 1996.
23 SILVA, Moisés. A função do Espírito Santo na interpretação bíblica. Fides Reformata II:2 (1997), p.1.
24 Ibid.
25 Ibid.
No processo de construção da cosmovisão hermenêutica a distinção de tratamento entre pressupostos, valores e alvos (e.g., autoridade, inerrância, existência de significado, glória de Deus) e os métodos que os colocam em prática, portanto, é importantíssima. Ressalto que a natureza dessa distinção está no tratamento. Portanto, não questiono a autoridade bíblica (pressuposto), mas posso questionar meu método. Os parágrafos que seguem explicarão a importância dessa distinção.
2 IDOLATRIA E/OU ABSOLUTIZAÇÃO METODOLÓGICA
Fabiano Oliveira nos ajuda a entender o processo de idolatria ou absolutização:
A função da fé foi criada com uma estrutura que a faz se dirigir sempre à revelação de Deus a fim de descansar nela (confiar de forma última). Esta condição de confiança última, própria da estrutura de significado do aspecto da fé, resulta num processo de absolutização do objeto por ela buscado (deificação); estando o coração fechado para a revelação de Deus, a fé se dirige à revelação de Deus na natureza – às coisas criadas (aspectos, idéias, coisas propriamente ditas) absolutizando-as (deificando-as)18.Segundo essa definição, podemos idolatrar idéias. No caso aqui focalizado, podemos idolatrar métodos. Então, que sinais de idolatria ou absolutização metodológica podemos encontrar na exegese histórico-gramatical?
1. Divinizamos os métodos quando não reconhecemos que eles surgem imergidos em um tempo ou em um “espírito de mundo” (zeitgeist) com seus valores, que por sua vez, podem tanto ser um reflexo da graça comum (da revelação geral) quanto antíteses da revelação escrita.
2. Para o método histórico gramatical, o conhecimento dos dados históricos é de grande importância para se obter o significado. Porém, se absolutizarmos essa nuança certamente muito da Palavra não terá qualquer significado, pois carecemos de dados históricos. A autoria de muitas obras, por exemplo, é completamente desconhecida. Além disso, muitas obras não possuem um “apelo histórico de significado” (e.g., Provérbios).
3. Somos idólatras quando ignoramos tudo que está fora do método. No caso do método histórico-gramatical, podemos cair na ingenuidade e na falácia filosófica de ignorar, por exemplo, o elemento psicológico e subjetivo no processo interpretativo, pois o método parece pressupor, ou pelo menos ignora, o fato de que podemos ir ao texto de forma neutra. O fato é que não podemos ir ao texto despidos de nós mesmos (contexto histórico, interesses etc.). Harold Maré acertadamente nos alerta para o fato de que tal visão “coloca o homem vácuo mental irreal”19.
4. A idolatria metodológica também nos leva ao pedantismo, pois nos convida a uma rejeição a priori de insights de outras escolas. Nicodemus é feliz quando afirma que um bom método procura “estar sensível aos estudos modernos de ciências correlatas que podem trazer algum auxílio à interpretação do texto bíblico”20. Uma das grandes mudanças no estudo das línguas se deu devido à obra de Ferdinand de Saussure Cours de linguistique générale. Hoje, impactados por Saussure, “muitos lexicógrafos tem reconhecido a prioridade da abordagem sincrônica sobre a diacrônica”21. Porém, numa postura absolutista jamais insights como esse terão espaço na prática exegética.
5. Outra nuança desse pedantismo se dá quando o aluno começa a crer que hermenêutica é uma tarefa exclusivamente teórica. Ele esquece que a hermenêutica tem existência pré-seminário e é uma atividade pré-teórica. Viver é interpretar. O aluno, entretanto, pode confundir “consciência do método” com a “aplicação do método”. Isso, por sua vez, pode levá-lo a crer que ele faz parte da classe especial dos “detentores dos mistérios interpretativos” colocando todos os demais mortais na mesma categoria dos laicos católicos da Idade Média. O mesmo se dá, por exemplo, quando o assunto é homilética (que existe pré-seminário e, como a hermenêutica, é uma atividade pré-teórica). Muitas críticas a pregações estão ornadas de idolatria metodológica exatamente porque essas não se enquadraram na cama de Procusto do método adotado pela instituição e absolutizado (idolatrado) pelo aluno ou até mesmo pela instituição. Tomemos o método homilético de Braga22 como exemplo. Será que toda pregação do Senhor tinha uma “proposição”, uma “idéia central”, ou ainda, e principalmente, uma “sentença de transição”? É evidente que não. Basta uma lida nos Evangelhos para se concluir isso.
6. Por último, e não menos importante, o apego a uma metodologia pode negligenciar a função do Espírito Santo no processo de interpretação. O desafio do artigo está na divinização do aspecto humano da interpretação (a metodologia). Isso se dá quando não separamos os pressupostos, valores e alvos de um método com o próprio. Ou seja, quando confundimos a dimensão divina com a humana. Moisés Silva acertadamente entende que “nossa situação espiritual não tem qualquer influência sobre a precisão de nossa exegese bíblica”23. Entretanto, posteriormente ele declara:
[…] a Bíblia é muito mais que um livro humano. Sim, ela tem que ser lida como qualquer outro livro, mas deve também ser lida como nenhum outro livro. Afinal de contas, as qualidades divinas das Escrituras raramente são sujeitas a investigação erudita24.“É indiscutível que a Bíblia nos foi dada „não para tornar-nos eruditos, mas santos. A educação teológica condena-se a si própria na medida em que obscurece esse alvo, ao invés de promovê-lo”25.
CONCLUSÃO
O artigo é um convite à misericórdia para com aqueles que ainda não teorizaram a hermenêutica bem como um desafio à reflexão do processo de construção da hermenêutica enquanto ciência. Misericórdia, porque no processo de teorização podemos esquecer que os praticam uma hermenêutica pré-teórica podem chegar ao real encontro com Deus por meio da interpretação correta da Palavra. Primeiramente, devido a operação do Espírito Santo neles. Em segundo lugar, muito do que chamamos de análise histórico-gramatical já está embutida nas versões. Tradução é interpretação.
Quanto ao processo de construção de uma cosmovisão hermenêutica, fica o desafio de estarmos constantemente analisando nossa metodologia. A ausência dessa análise pode nos levar ou já ser o resultado de uma postura idólatra. Findo com as palavras do apóstolo João: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” 1 João 5.21.
Notas:
1 No caso dos seminários conservadores, o método seguido é o histórico-gramatical. Para um estudo histórico do método cf. LOPES, Augustus Nicodemus. A Bíblia e Seus Interpretes. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 129-157. RAMM, Bernard. Protestant Biblical Interpretation. Boston: W. A. Wilde Company, 1950. BRUCE, F. F. Interpretação da Bíblia em ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1993, v. II, p. 338.
2 Tradução da palavra alemã Weltanschauung. Trata-se de um substantivo feminino composto de duas palavras: Welt – mundo e Anschauung – concepção, intuição, percepção.
3 Para um histórico do conceito de “cosmovisão” (Weltanschauung) cf. OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. Reflexões Críticas sobre a Weltanschauung: Uma análise do processo de formação e compartilhamento de cosmovisões numa perspectiva Teo-referente. Fides Reformata XIII:1 (2008), p. 33-36.
4 Teólogo e apologeta presbiteriano escocês. Entre 1890 e 1891 desenvolveu formalmente a idéia do cristianismo como uma cosmovisão.
5 Criador e mentor do movimento neocalvinista holandês. Para Kuyper, calvinismo transcende a esfera eclesiástica, pois trata-se de um sistema de vida (cf. KUYPER, Abraham. Calvinismo: o canal em que se moveu a Reforma do século 16, enriquecendo a vida cultural e espiritual dos povos que o adotaram. O sistema que hoje a igreja cristã deve reconhecer como bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 17-47).
6 OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. op. cit., p. 35-36.
7 Ibid., p. 36-37.
8 WOLTERS, Albert M. A Criação Restaurada: base bíblica para uma cosmovisão reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. p. 17. [itálico nosso].
9 “Síntese” indica qualquer tentativa de superação da oposição entre pressupostos religiosos antitéticos (revelados e anticristãos) através da junção dos mesmos.
10 BRUCE, F. F. Interpretação Bíblica. p. 338.
11 FEE, Gordon. A História como Contexto para a Interpretação em DYCK, Elmer. Ouvindo a Deus: uma abordagem multidisciplinar da leitura bíblica. São Paulo: Shedd Publicações, 2001, p.14 [itálico nosso].
12 LOPES, Augustus Nicodemus. O dilema do método histórico-crítico na interpretação bíblica. Fides Reformata X:1 (2005), p.136 [itálico nosso].
13 Para Fee, “A grande diferença entre a igreja antiga e nós, não é […] que nós descobrimos a História, ao passo que eles não. É verdade […] que eles estavam muito mais dispostos do que nós a descobrir outros significados (FEE, Gordon. A História como contexto para a Interpretação. p. 16).
14 Para esse método o significado está na intenção do autor. Esse, pois, deve ser o alvo de todo exegeta.
15 “A nova hermenêutica derruba a rigorosa disjunção sujeito/objeto característico da antiga teoria hermenêutica. O argumento é que o interprete que aborda um texto já traz consigo certa bagagem cultural, lingüística e ética. Mesmo as perguntas que ele tenta fazer (ou deixa de fazer) sobre o texto refletem as limitações impostas por tal bagagem; de alguma forma, elas irão condicionar o tipo de „resposta‟ que pode voltar do texto e a maneira como o interprete irá compreendê-la […] Em algumas exposições da nova hermenêutica, o significado real e objetivo em um texto é uma miragem, e buscá-lo é tão útil quanto procurar uma agulha em um palheiro”. (CARSON, D. A. A Exegese e suas Falácias. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.118 [itálico nosso]).
16 Muitos desses pressupostos não são propriedades exclusivas de uma escola em particular. Muitos deles (e.g., existência e possibilidade de entendimento do significado) são derivados do bom senso, da razão e da lógica. Quanto aos pressupostos que reconhecem a autoridade da Bíblia, esses não são inerentes ao histórico-gramatical, contudo, foram ratificados por aqueles lançaram mão dos seus métodos.
17 Uma exceção seria a gramática de Daniel B. Wallace recentemente traduzida e editada pela Editora Batista Regular. Em inglês, temos um léxico orientado pelo domínio semântico. cf. LOUW, Johannes P., NIDA, Eugene A. Greek-English Lexicon of the New Testament Based on Semantic Domains. New York: United Bible Societies, 1989.
18 OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. Cosmovisão Reformada: pensando e interpretando a realidade à luz de princípios teo-referentes. In: MÓDULO DO CURSO DE MESTRADO DO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER. 2009, São Paulo, apostila. p. 101.
19 MARE, W. Harold. Guiding Principles for Historical Grammatical Exegesis. Grace Journal XIV:3 (1973) p. 14 [itálico nosso].
20 LOPES, Augustus Nicodemus. O dilema do método histórico-crítico na interpretação bíblica. Fides Reformata X:1 (2005), p.137 [itálico nosso].
21 WALLACE, Daniel B. Greek Grammar Beyond the Basics. Grand Rapids: 1996, p. 4.
22 BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. São Paulo: Editora Vida, 1996.
23 SILVA, Moisés. A função do Espírito Santo na interpretação bíblica. Fides Reformata II:2 (1997), p.1.
24 Ibid.
25 Ibid.
Olá Pr Rômulo,
ResponderExcluirMinha igreja tem investido em estudo teológico para os membros e acabamos de concluir a classe de hermenêutica. As aulas foram maravilhosas e ajudaram-me a aprofundar no estudo da Palavra.Vejo que termos um método para nos basearmos é importante,mas temos sempre que manter olhos críticos e cuidadosos com nosso estudo e interpretação.Como nunca estudei em seminário, comecei a pensar que, talvez, o estudo e interpretação da Bíblia, levando em consideração ao que foi ensinado, fosse algo mais distante de nós do que eu acreditava. Suas palavras foram de alívio para mim. Também creio no poder do Espírito Santo para que todos os crentes tenham acesso e entendimento das Escrituras, mesmo os que desconhecem os métodos!Seu artigo vale boas reflexões e discussões!
Amado,
ResponderExcluirmais um texto muito bom.
quanto a ação do Espírito para o encontro com o Senhor e a hermenêutica para compreensão das Letras, é necessário admitir que são necessárias. Não pode haver detrimento.
senão há o risco da subjetividade e do relativismo.
em Cristo.
caro pr. muitos colegas ficam dizendo que eu idolatro o senhor por visitar muito seu blog,e sempre estar fazendo comentários ao seu respeito, eles sao pentecostais.O que posso fazer a respeito disso? abraçao clemilson da ibc
ResponderExcluirBem, em primeiro lugar faça uma avaliação de como vc tem apresentado sua admiração por minha pessoa. Há uma linha muito tênue entre admiração e idolatria. Penso que seus amigos estão interpretando idolatria e não admiração. Espero que estejam errados.
ResponderExcluirUma outra coisa boa a fazer é citar as Escrituras mais do que autores humanos. Sem dúvida isso ajudaria muito.
Valeu pela admiração. Abração